"OUVINDO O CORAÇÃO"

"OUVINDO O CORAÇÃO"

Vivemos em um mundo agitado. Não se pode negar. Principalmente nas grandes capitais mundiais, o agito e o barulho do dia a dia nos deixa quase que irracionais. Trânsitos carregados, reuniões, vendas, compras, viagens, filhos para criar, casamentos para cultivar, etc., fazem do nosso dia um "trem bala" quase que sem rumo e direção. E, toda essa agitação aumentou significadamente mais com a chegada das chamadas: “mídias sociais”. De fato, nosso mundo mudou. Queiramos nós ou não precisamos nos conformar com esta nova geração. Diante deste quadro, onde eu falo com você e, ao mesmo tempo, tiro uma self para aparecer, estamos perdendo (se é que já não perdemos) valores extremamente sólidos e eficazes para o ser humano. Um deles eu destaco é, a capacidade de ouvir. Sim, ouvir é um dom que nem todos nós temos. Ou se temos não bem o desenvolvemos. Ainda mais em tempos onde todos querem ter razão. Porque para se "ouvir o coração" alheio, primeiro se faz necessário romper com todo tipo de moralismo crítico, religioso, político e econômico, para só assim quem, depois usa-los. Aliás, só um adendo: Na maioria das vezes não ouvimos nem mesmo o nosso próprio coração (embora enganoso seja ele), que dirá o coração dos outros. Alguns exemplos nos mostram isso. Vejamos: Quantos não são os pais que antes mesmo dos filhos pronunciarem a primeira palavra começam a falar, criticar e julgar? Não querem saber se os mesmos gostariam de compartilhar uma angústia, um sonho, um medo ou uma dor. Simplesmente disparam feitos “metralhadoras” nas mãos de um terrorista, impropérios a quem dizem amar. E, aquela esposa ou esposo que literalmente ignora o falar do outro? Isso sem falar nos chefes, amigos, religiosos e, por que não dizer: profissionais da área comportamental e mental, como psicólogos, psiquiatras e psicanalistas, que usam muitas das vezes apenas técnicas (válidas é claro), mas que ignoram por completo a angustia de seus pacientes. Enfim, "ouvir o coração” do outro despido de pré-julgamentos é uma dádiva que poucos têm (eu mesmo não tenho), e que se bem desenvolvido curaria inúmeras pessoas traçadas pelos mistérios e escuridões da alma.

Danilo D
Enviado por Danilo D em 04/08/2017
Reeditado em 05/08/2017
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