A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Já disse em outras publicações que bastou o homem primitivo aprender a dominar o fogo e a utilizar o carvão como fonte de energia para, a partir do século XVIII, revolucionar o mundo através do surgimento de tecnologias. O conhecimento científico desencadeou em um contínuo processo de evolução, contribuindo com a criação de novas tecnologias capaz de revolucionar a indústria. A Inglaterra foi palco da Primeira Revolução Industrial, porém, nada demorou para que outros países ingressassem nesse modelo de produção industrial. A partir de meados do século XIX, a Revolução Industrial embarcou em uma nova etapa intensamente distinta da Primeira Revolução Industrial. Acontecia, então, a Segunda Revolução Industrial, provocada pela crescente necessidade de novas tecnologias e pelo emprego irrestrito da eletricidade, pelo uso do motor e pela invenção do telégrafo. Após a segunda metade do século XX e depois da Segunda Guerra Mundial, o mundo entrou em uma fase de intensos desenvolvimentos na arena tecnológica, fundindo conhecimento científico, tecnologia e produção industrial. Nascia nesse momento a Terceira Revolução Industrial, marcada pela robótica, biotecnologia, genética e globalização.

Atualmente, estamos vivenciando o despontar da Quarta Revolução Industrial que, apesar de juntar os mundos físico, digital e biológico e fazer parecer diferente de todas as outras revoluções industriais anteriormente surgidas, de fato não é e não há nada nela de assustador. O que há, de peculiar, talvez, seja o caráter desafiador, ou seja, o fato desta apresentar avanços, alcances e impactos numa velocidade sem precedentes na história. Mas, ainda assim, a velocidade, a amplitude e a profundidade desta revolução apresentam resquícios das anteriores, basta pensarmos nos feitos da Primeira Revolução Industrial quando a sociedade, a economia e o espaço geográfico se tornaram bem mais complexos. Ora, se no início, o feito tecnológico que mudou o mundo foi a máquina a vapor, a tendência agora são as tecnologias digitais, físicas e biológicas. O que quer dizer que as transformações serão regidas pela engenharia genética, pela robótica, pela nanotecnologia e pela neurotecnologia.

Desta nova Revolução Industrial é interessante saber que nada surge do acaso, isto é, acontece após três processos históricos transformadores. Ora, o primeiro caracterizado pelo compasso entre produção manual à mecanizada; o segundo, assinalado pela eletricidade e manufatura em massa; e o terceiro marcado pela chegada da eletrônica, da tecnologia da informação e das telecomunicações. Então, o quarto artifício industrial não poderia ser diferente, uma vez que a tecnologia não se permite ser retrógrada, tampouco, caminhar pela inércia. É chegado o momento de automatizar as fábricas com o que há de mais avançado sistema ciberfísico.

Claro que do mesmo modo, ou com efeitos mais drásticos ainda do que aqueles causados pela Terceira Revolução Industrial, a Quarta Revolução Industrial está aumentando a desigualdade na distribuição de renda, desajustes no mercado empregatício e acarretando todo tipo de dilemas de segurança geopolítica. Mas é um processo inevitável pela humanidade. Quem estiver presente neste Planeta só vai restar uma coisa a fazer: acostumar com nanotecnologias, neurotecnologias, robôs, inteligência artificial, biotecnologia, sistemas de armazenamento de energia, drones, impressoras três dês e nunca se surpreender ao chamar um táxi a partir de um celular e ver chegar um carro voador autopilotado.

Gilson Vasco
Enviado por Gilson Vasco em 11/06/2017
Reeditado em 11/06/2017
Código do texto: T6024708
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