TECNOLOGIA VERSUS HUMANISMO

TECNOLOGIA VERSUS HUMANISMO

Nos dias de hoje, com o significativo avanço da tecnologia, o humanismo, aquele que deu suporte à humanidade desde o princípio, está perdendo espaço na mesa dos debates sociais e culturais, gerando um tecnicismo que parece apontar para um caminho de mão-única e sem volta em que a máquina se sobrepõe ao pensamento. Há dias li num jornal uma piada interessante: enquanto o pai lia o jornal, o menino se envolvia com seus aparelhos eletrônicos, perguntando ao pai: “eu tenho celular, tablet, computador, Ipod e Android... o que vocês usavam no seu tempo?” Sem levantar a cabeça do jornal o pai respondeu: “o cérebro”.

Eu perguntei a um desses nerds que nao dizem cinco palavras sem falar tecnologia. o que era tecnologia: ele nao sou responder...

Isto evidencia que o jovem, nos dias de hoje, usa menos a cabeça, deixando que a máquina faça a sua parte, impedindo em muitos casos que o cérebro, por conta daquela comodidade, deixe de se desenvolver. Quando você conversa com um jovem moderno, em poucos minutos ele usa meia-dúzia de vezes a palavra tecnologia, como se isso fosse a pedra-de-toque capaz de resolver todas as questões existenciais do ser humano. A questão de dez anos eu escrevi um artigo, intitulado “Desprogramar o homem” em que eu faço uma crítica a essa busca desenfreada de alguns pela informática, mecatrônica, automação e eletrônica – que são importantes – deixando de lado as ciências do humanismo que ajudam a construir o homem.

Do século XX herdamos a angústia que nos leva à depressão, à medicação dos psicotrópicos, que infletem sobre adultos e jovens de forma assustadora. Quando levamos um filho ao médico o diagnóstico é exarado na entrada, no corredor, como “déficit de atenção e hiperatividade” e logo são ministradas as drogas usuais que, muitas vezes fazem mais mal do que bem. Como a maioria dos pais não quer ter o trabalho com o adolescente, entrega-o ao psicólogo ou ao psiquiatra. O amor que releva tudo, confundindo direito com desejo, é leviano e irresponsável. A partir daí os jovens passam a ser tratados com uma droga que dizem ser solução para tudo: a “Ritalina” que a NASA usava para regular a lenta de seus astronautas.

Quando os resultados não são os esperados, recomendam a Internet como um derivativo eficaz. Afinal, o jovem se tranca no seu quarto horas a fio e não incomoda... Aí surge o escravo da tecnologia e de seus aparelhinhos infernais, capazes de tornar a pessoa um ser massificado, sem cultura, um robô sem gosto pela leitura e com a mínima capacidade de julgamento. Alguém totalmente programado pelas máquinas, escravo do Google.

Aí encerro com o fecho do meu artigo já citado: “Quando as pessoas estiverem totalmente programadas pela alienação da tecnologia, teremos de chamar os humanistas para desprogramá-las”-