Ideologia Alemã.

Escrito em 1845 e 1846, crítica dirigida Hegel e, aos filósofos pós-hegelianos, sendo eles: Feuerbach, Strauss, Stiner e Bauer.

Objetivo fragilizar a estrutura do pensamento hegeliano, a substituição do pensamento abstrato na explicação do mundo real, pelas contradições do capitalismo, produto da Revolução Industrial.

Marx deseja destruir o universo filosófico como ideologia política, particularmente, em uma Alemanha atrasada, enquanto na Europa aconteciam grandes revoluções.

No entanto, os neo-hegelianos cada um ao seu modo, procuravam refletir a filosofia hegeliana, com a finalidade de sua desconstrução. Portanto, objetivavam superar ideologia absoluta. Todavia, não avançavam a respeito da concepção do materialismo histórico.

Com efeito, o hegelianismo de esquerda, entendia a consciência como produção da consciência representativa na perspectiva da formatação de conceitos abstratos.

Ocasionando a defesa de um sistema idealista, no entanto, o intuito o desmanche da filosofia de Hegel. Porém, não por meio da dialética do materialismo histórico.

Marx propunha a eliminar as ideologias como instrumento de dominação. Com efeito, atacou a estrutura do pensamento de Hegel e também dos neo-hegelianos.

Invertendo a concepção da consciência idealista, transformando em histórica e materialista, eliminando a história como consciência em si.

Para Marx e Engels, o mundo precisa ser entendido pelas relações sociais, o trabalho como produto da existência humana.

Desse modo, inverteu a perspectiva idealista, a consciência é produzida historicamente, fruto das relações sociais econômicas.

A consciência é o resultado da conexão do homem com a natureza, a transformação da mesma pelo trabalho, na produção dos bens materiais.

Portanto, toda historiografia deve partir dos fundamentos naturais, a transformação da natureza em riquezas.

A existência é entendida por meio da produção da vida material.

Portanto, o que os homens são coincidem com o que produzem, a consciência como reflexo do mundo do trabalho.

Desta forma, Marx inverte o sistema hegeliano, sintetizando a dialética hegeliana com o materialismo de Feuerbach. Sendo o motor da vida a contradição.

Porém, a contradição estabelecida agora em condições históricas reais, a Luta de Classes.

A história, para Marx, é a história das relações contraditórias, os homens produzem os meios de existência.

Sendo assim a história da vida não é a história do espírito, o antagonismo produz a alienação. Necessário explicar as causas da alienação.

Marx a alienação é fruto do trabalho vendido, não como alienação do espírito. Portanto, discordando de Feuerbach, muda a causa da alienação a religião, entretanto, das relações econômicas.

A alienação do trabalho se dá pelo fato de o produtor não poder reconhecer-se no produto de seu trabalho, ou seja, não sendo detentor dos meios de produção.

Com efeito, a mera força de trabalho vendida ao mercado produtor. Os pressupostos sobre os quais os autores desenvolvem seus pensamentos.

Os homens se distinguem dos animais não porque tenham consciência, mas porque produzem as suas condições de existência.

No capitalismo os trabalhadores são mantidos em suas condições como força de trabalho alienado, motivo pelo qual a consciência também é alienada.

A ideologia nasce e desenvolve por meio da divisão social do trabalho, o trabalho espiritual cognitivo, explica as relações sociais como relações alienadas.

A ideologia alemã consiste em separar o mundo das ideias, distantes das condições reais da vida.

A ideologia assume um poder superior e exterior à ação material dos homens, estabelecendo-se enquanto um poder espiritual autônomo, ou seja, não como resultado do pensamento de determinados homens no mundo do trabalho.

Fundamental descobrir a contradição existente entre as forças de produção, as relações sociais e a consciência, no resultado da divisão social do trabalho. O que Hegel esconde

Nessa perspectiva nasce a percepção da desigualdade social, no sentido de que uns podem consumir, outros não, uns pensam, outros trabalham.

No capitalismo a distribuição desigual, entre as forças produtivas, as condições do trabalho, a dependência das pessoas na produção.

Desenvolve a dependência recíproca dos indivíduos, favorecendo a uma falsa concepção antagônica, entre os interesses comuns e individuais.

É uma concepção falsa, resultada das ideologias, pois, onde há propriedade privada, não pode haver interesse social comum.

É exatamente nesta contradição entre interesse comum e interesse individual que surge o Estado, o referido assumindo como forma autônoma, aparece como defesa do interesse comum, por meio da justificação ideológica.

Porém, ele é a forma pela qual os interesses da classe dominante são estabelecidos como aparência de interesses de toda a sociedade, forma camuflada na ideologia alemã.

Desse modo, o Estado não é a superação das contradições, como afirmava Hegel, mas a imposição dos interesses de uma parte da sociedade sobre outras.

O Estado aparecesse enquanto realização dos interesses da classe dominante, sendo a sociedade capitalista, o Estado como instituição, não consegue organizar o bem comum.

A questão central, o Estado aparece como poder neutro, ou seja, não pertencente a ninguém, quando é instituição pertence a burguesia.

Exatamente a crítica formulada a ideologia hegeliana, elaborada no livro a Ideologia Alemã.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 24/02/2017
Reeditado em 24/02/2017
Código do texto: T5922414
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