A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE FILOSOFIA PARA O ENSINO MÉDIO - EEFEM / UFBA

POLO: MATA DE SÃO JOÃO

MANOEL RODRIGUES DE ABREU MATOS

A IMPORTÂNCIA DO PLANO DE APRENDIZAGEM PARA O ENSINO DE FILOSOFIA NO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Especialização no Ensino de Filosofia para o Ensino Médio, Universidade Federal da Bahia.

Orientadora: Márcia Cordeiro

INTRODUÇÃO

Tendo em vista o papel imprescindível que a filosofia exerce para a formação do senso crítico e reflexivo do cidadão dentro da sociedade e também levando em consideração a obrigatoriedade dessa disciplina no ensino médio para uma formação integral do aluno, capaz de lhe proporcionar uma visão crítica e reflexiva acerca dos fatos, surge a necessidade de nos questionarmos acerca do planejamento de aulas de filosofia.

É urgente a necessidade de repensarmos o planejamento de aula para o ensino de filosofia no 2º ano do Ensino Médio, de modo a fugirmos do tradicionalismo e do ensino da historicidade filosófica, como um fim em si mesmo. No processo de elaboração do plano de aprendizagem de filosofia, o professor deve ainda, entender que todas as questões que envolvem o contexto de vida do indivíduo, devem ser concebidas no planejamento das aulas. Deste modo, é possível uma reconfiguração do planejamento de aula, que contemple uma formação integral mais crítica e reflexiva, a partir da realidade dos discentes?

No momento da elaboração do plano de aulas, os temas e conteúdos propostos para as aulas, deverão ser pertinentes ao mundo dos alunos. Assim, objetiva-se, com este trabalho, discutir o planejamento de aulas a partir de um processo colaborativo entre docentes e discentes no ensino médio, após análise da prática pedagógica no ensino de filosofia com uma apresentação de possibilidades de conteúdos filosóficos para a prática da consciência crítica. Como objetivos específicos, pretendem-se analisar a prática pedagógica do ensino filosófico, apresentar possibilidades de conteúdos filosóficos e discutir o planejamento de aula a partir de um processo colaborativo entre docentes e discentes no ensino médio.

Justifica-se este estudo, pela necessidade urgente de evidenciar a filosofia como uma disciplina imprescindível à formação ética, crítica e reflexiva do cidadão, a partir de um ensino contextualizado. Nessa perspectiva, é na preparação das aulas, que o professor estabelece a relevância da filosofia como disciplina capaz de proporcionar aos discentes, uma visão crítica e reflexiva, preparando-os para a convivência em uma sociedade ideologizada por uma minoria que impõe os seus próprios princípios como verdade absoluta. Desse modo, o plano de aula de filosofia, fundamentado nas problemáticas atuais, que atingem a coletividade, deve levar o aluno a desnudar a sociedade, de modo a compreender as circunstâncias implícitas nos fatos do mundo.

Para a realização deste estudo, primeiramente, fez-se o levantamento bibliográfico para a fundamentação teórica. Em seguida, reuni as produções elaboradas durante o curso. Este estudo está dividido em duas partes. Na primeira, apresento a fundamentação teórica, a partir de uma contextualização da problemática do ensino de filosofia à luz de alguns autores que abordam essa temática. Na segunda parte, apresento quatro planos de aula para ser trabalhados de forma contextualizados, de modo a oportunizar aos alunos uma formação cidadão, crítica e reflexiva, para uma vivência concreta.

A RELEVÂNCIA DO ENSINO DE FILOSOFIA

Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar levar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo da cultura da história;se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada um 18 de nós e à nossa sociedade meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia, é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes (CHAUÍ, l994, p.18).

Como podemos constatar, a filosofia tem a função de desenvolver no indivíduo o senso crítico, que lhe permite a percepção e superação das ideologias implícitas e explícitas, estabelecidas pela classe dominante. A filosofia, desse modo, possibilita o desenvolvimento do espírito reflexivo do discente, ampliando assim, a consciência de si mesmo, de seu papel enquanto cidadão, além de proporcionar-lhe a percepção do mundo e a perspectiva de mudança.

Apesar de sua importância para a formação de uma sociedade crítica e reflexiva, a filosofia veio a ser obrigatória nos currículos de Ensino Médio para todo o território brasileiro a partir de 2008, por meio da Lei nº. 11.684. Mesmo com a obrigatoriedade desde 2008, os docentes dessa disciplina ainda mantêm o ensino restrito à historicidade filosófica. Não se trata de negar os cânones da filosofia, mas buscar um ensino contextualizado à luz dos problemas atuais.

O ensino de filosofia para o ensino médio é um direito subjetivo do aluno, garantido na LDB. Esse ensino deve garantir a apropriação de uma estrutura cognitiva e mental, capaz de preparar o discente para enfrentar as circunstancias concretas diárias. Assim, a filosofia e o filosofar ganham conceitos homogêneos, por fazerem parte de um mesmo princípio.

Quando se referi ao ensino filosófico, deve-se ater para o fato de que esse ensino objetiva desenvolver no aluno, a percepção e compreensão das circunstancias envolvidas nos fatos concretos do dia a dia. A importância da filosofia para o ensino médio reside justamente no caráter questionador dessa disciplina, ao levar o aluno a si perceber enquanto integrante da sociedade e, principalmente, enquanto agente transformador da realidade, por meio do senso crítico e reflexivo. Nessa perspectiva, o professor de filosofia deve provocar no aluno, o espírito investigativo, inquietante e indagador.

A história da filosofia, bem como a história dos grandes filósofos, separadamente de outros conteúdos, não devem ser matéria de sala de aula. Também, não se pode ignorar a importância pedagógica dessa dualidade para o desenvolvimento da compreensão acerca do poder da filosofia para a contemporaneidade.

Contextualmente, as aulas devem partir dessa realidade histórica para os dias atuais, mudando assim, o cenário de então, para a contemporaneidade. É uma questão de planejamento e qualificação profissional, de modo a evitar que qualquer pessoa assuma uma aula de filosofia. Para um ensino de filosofia com qualidade, torna-se evidente e necessário, professores capacitados para tal.

PENSANDO A DIDÁTICA DO PROFESSOR DE FILOSOFIA

O professor de filosofia, antes de qualquer coisa, deve ser um exímio filósofo, de modo que as aulas partam do princípio do ensinar filosofando, evitando, portanto, cair na tradição do ensino dicotômico. Didaticamente, devemos pensar um planejamento de ensino filosófico, capaz de formar o cidadão completo, no sentido da criticidade e argumentação, como nos disse Gallo (1996, p. 110):

“[...] se não podemos prescindir da reflexão, tampouco podemos, nas condi¬ções do atual ensino brasileiro – seja público ou privado e em qualquer de seus níveis – relegar a necessária fundamentação a um segundo plano. A Filosofia apresenta, sim, um sólido terreno sobre o qual se constrói toda e qualquer ação pedagógica, referenciada numa concepção de homem, numa concepção de conhecimento e numa concepção política. Negar a consciência desta realidade é negar a possibilidade de qualquer reflexão filosófica sobre o fenômeno educacional.

Portanto, a didática do professor de filosofia deve aproximar ao máximo os temas a serem discutidos, da realidade do aluno, da escola e de sua comunidade. As questões como intolerância religiosa, homofobia, racismo, problemas ambientais, drogas, violência, política, corrupção, saúde, educação, consumismo, apenas para citar alguns, devem fazer parte das aulas de filosofia. Campaner (2012) alerta para o seguinte: “[...] não podemos submeter a escolha dos temas ao que está na moda, mas usar a moda para discutir os imperativos estabelecidos pelo mundo do consumo e da cultura de massa.” A vida prática do aluno, nessa perspectiva, passa a ser matéria de estudo e reflexão, numa metodologia de ensino contextualizado, como defende, também, Dantas (2002, p. 61):

A filosofia não é apenas mais uma disciplina a ser ensinada e aprendida, mas que nela se define, se pratica e se põe em jogo a essência e a própria natureza de ensinar e aprender – ao menos na medida em que entendemos a natureza do processo educativo e a prática de ensinar e aprender, tal como a entendeu Paulo Freire, não como simples transferência de conteúdos, ou mera aquisição de habilidades específicas, sejam elas técnicas, comportamentais ou cognitivas, mas na verdade Formação e didática do ensino da Filosofia como toda uma prática, todo um processo essencialmente emancipatório de educação, de formação de homens e mulheres efetivamente capazes de pensar, questionar e elucidar dialogicamente as condições de realização de suas vidas, de sua própria história, do próprio mundo em que existem.

Dessa forma, o ensino se torna homogêneo, dando vida e sentido ao contexto escolar, em detrimento de um ensino vertical, descontextualizado e dicotômico. A didática oferece ao professor possibilidades inúmeras. A historicidade filosófica, teorias, temas e problemas, podem ser abordados por meio de músicas, filmes, documentários, debates, leituras de blogs, editoriais, jornais, pesquisa de campo, consultas, além de aulas passeios, palestras, poesias, crônicas, dentre outros meios.

Pelo exposto, o professor necessita buscar inovações, capacitações, estudos constantes e pesquisar novas metodologias de ensino, visando à superação da arcaicidade e do tradicionalismo no ensino brasileiro. Nesse sentido, a didática se torna indispensável ao nortear a metodologia de ensino filosófico, evitando a aleatoriedade e o ensino apenas da historicidade e teorias filosóficas, o que acarreta na formação de cidadãos alienados e na supremacia das ideologias das classes dominantes.

Em se falando de didática, surgi espontaneamente a questão do ensinar filosofia no contexto das novas tecnologias. Com a globalização e o desenvolvimento das tecnologias, somos obrigados a relacionar as práticas docentes a essa nova realidade digital. Não podemos mais manter as escolas isoladas das circunstancias de sua comunidade. Desse modo, a didática do ensino filosófico deve prever a inter-relação dos alunos com a escola e toda a comunidade, valendo também essa máxima para todos os membros que compõem a comunidade escolar, desde o diretor até o auxiliar de limpeza, porteiros, pais de alunos, de modo que a escola passe a ser parte integrante da comunidade.

Sabe-se que as escolas de Ensino Básico da rede pública não acompanharam o desenvolvimento tecnológico na mesma proporção que os alunos. Porém, o professor que dispõe de boa didática, começa a desenvolver o seu trabalho mesmo com todas essas carências. Geralmente, os aparelhos de celular dos alunos dispõem de internt, já é o suficiente para uma aula diferenciada, com pesquisas temáticas, consultas ao dicionário on-laine. Caso a escola possua computadores e equipamentos de multimídia, tais como data-shows e telas, televisores, câmeras filmadoras e fotográficas e aparelhos de som, o professor já consegue diversificar e tornar a aula muito mais prazerosa para os alunos, uma vez que esse tipo de escola, fundamentada numa didática criativa, instiga a imaginação e o senso de curiosidade dos discentes.

Atualmente, com o desenvolvimento dos recursos tecnológicos, a relação didática acabou por perpassar os muros das escolas. Ao professor, por meio de sua didática, cabe aproveitar os benefícios das novas tecnologias de ensino e aguçar a produção filosófica através dos diversos meios e das diferentes ferramentas tecnológicas. Solicitar que os alunos criem um blog para publicarem suas produções ou mesmo pedi que façam um documentário ou vídeo acerca de um tema pertinente na comunidade para ser debatido em sala de aula, são exemplos das diversas possibilidades oferecidas pelos novos recursos tecnológicos. Com as novas ferramentas tecnológicas, o professor tem condições de preparar, didaticamente, aulas criativas, dando ênfase ao conhecimento crítico, autônomo e reflexivo, de modo que o aluno encontre na escola a realidade do mundo.

A IMPORTÂNCIA DO PLANO DE AULA

O plano de aula, concebido como a reflexão do fazer docente, constitui uma ferramenta necessária para o docente projetar sua metodologia de trabalho, seus objetivos, os conteúdos, além de elencar os critérios de avaliação. Planejar, dessa forma, é pesquisar, organizar, dirigir ações a serem executadas no intuito de realizar uma atividade a fim de solucionar uma situação ou mesmo conquistar um objetivo. Entende-se que o planejamento de aula ou plano de aprendizagem, auxilia na orientação, organização e execução daquilo que se deseja alcançar. Nessa perspectiva, o planejamento de aula torna-se indispensável à ação docente.

O planejamento de aulas de filosofia, haja vista o caráter reflexivo que essa disciplina engloba, ao tratar de aulas, geralmente, teóricas a partir de problemas reais, exige a participação efetiva dos alunos e flexibilidade por parte do professor. Ao pensar no caráter discursivo, questionador e polemista, que uma aula de filosofia requer, torna-se necessário que o professor considere, no momento de planejamento, um possível replanejamento durante a execução da aula, de modo a possibilitar uma formação cidadã para vida.

Em se falando de planejamento de ensino, voltado para a tomada de consciência acerca das problemáticas, Libâneo (1994), pontua que os principais objetivos da atuação do professor são: Garantir que o aluno tenha o domínio duradouro e seguro dos conhecimentos; Criar condições que permitam o desenvolvimento de capacidades críticas e de habilidades reflexivas, buscando conquistar a autonomia na aprendizagem e a independência de pensamento dos alunos; Além de orientá-los sobre as tarefas do ensino para a formação da personalidade crítica, reflexiva e autônoma. Com esses objetivos previstos no planejamento, o professor de filosofia está percorrendo o caminho certo para a formação de cidadãos éticos, críticos e conscientes das circunstâncias e ideologias que lhe envolvem.

São múltiplos os critérios a serem observados no momento de planejar uma aula, uma unidade ou mesmo um semestre. Mas, alguns elementos são imprescindíveis, como ter clareza e objetividade, atualização constante do plano, conhecimento dos recursos disponíveis da escola, saber o nível de conhecimento dos alunos sobre o assunto proposto, flexibilidade diante de situações imprevistas, aulas de acordo com a realidade sociocultural dos estudantes e avaliação constante, para evitar ou corrigir falhas.

Para Paulo Freire (1996): “Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino.” Cabe ao professor, nessa perspectiva, ter um olhar atento e curioso para compreender o contexto ao qual estão inseridos, tanto os alunos, quanto a escola.

Em filosofia, o processo de planejamento segue os mesmo preceitos que as outras disciplinas. Porém, com abordagens próprias da filosofia, buscando um ensino reflexivo a partir da análise crítica dos fatos atuais que envolvem a sociedade. Segundo Campaner (2012; P. 14):

Uma das garantias de sua sobrevivência está na contribuição que a filosofia tem a dá para a formação de uma vida ética e política. Para tanto, é necessária a elaboração de propostas concretas para o seu ensino, de modo que não sejam somente propostos os conteúdos, mas que se atente principalmente ao modo como tais conteúdos serão desenvolvidos com os alunos.

Percebe-se que a autora ratifica a importância do planejamento de aula de filosofia para a construção do conhecimento crítico e reflexivo, sinalizando para uma metodologia de ensino consistente.

Ao planejar uma aula de filosofia, o docente deve considerar que o estudo filosófico surge dos questionamentos e interrogações, sendo que as respostas não podem ser dadas de imediato, baseadas no senso comum. Pelo contrário, são questionamentos e interrogações que provocam análise, estudo, discussão, debate, pesquisa, visando o desenvolvimento da faculdade crítica e argumentativa dos discentes.

No plano de aprendizagem, o professor de filosofia deve ainda, oportunizar aos alunos a compreensão de que a conformidade, o comodismo, o consumismo e a passividade diante dos fatos do mundo, causam a perigosa alienação, levando a coletividade a não perceber as ideologias impregnadas nos discursos, nas propagandas, nas músicas, nas igrejas, na educação, dentre outros meios de propagação ideológica.

Porém, Isso não deve ser conteúdo de um dia de aula, mas a prática corriqueira impressa no planejamento do professor, de modo a colocar em harmonia a filosofia e o filosofar. Um plano de aprendizagem de filosofia nessas circunstâncias, não pretende exclusivamente ensinar filosofia, mas partir das temáticas contemporâneas que interessam aos alunos, de modo a desenvolver o espírito crítico, reflexivo e observador, por meio do filosofar constante.

CONTEÚDOS FILOSÓFICOS À LUZ DA REALIDADE DOS DUCANDOS

Severino (2003, p. 1-2) diz-nos que a "incumbência da filosofia é mostrar aos jovens o sentido de sua existência concreta. E é assim que a filosofia se torna formativa, na medida em que ela permite ao jovem dar-se conta do lugar que ocupa na realidade histórica de seu mundo". Assim, é urgente a necessidade de aproximarmos os objetivos, as metodologias, e os conteúdos da realidade do aluno, de modo a tornar a vida estudantil, um momento alegre e prazeroso, gerando um vínculo entre os alunos, a escola, os conteúdos e os agentes do processo educativo.

Para tanto, os conteúdos filosóficos devem partir das reflexões diretamente dos problemas concretos que afligem a sociedade contemporânea. Nessa perspectiva, a escola deve ser parte integrante da comunidade e o aluno deve se encontrar dentro dela, sendo respeitado e valorizado. As aulas só terão o devido valor e respeito na medida em que os contextos do aluno e da comunidade estejam em debate e análise.

O professor, conhecedor da realidade de seus alunos e da escola, deve planejar suas aulas, partindo da realidade concreta, buscando, através da conceituação, provocar uma transformação, mesmo que seja apenas no campo das ideias. “A filosofia deve dar uma resposta ao rumo antifilosófico tomado pela sociedade atual [...]” (Campaner, 2012, P. 16). Assim, o docente deve conceber o aluno como sujeito interativo, envolvendo-o em seu plano de trabalho. Não se pode deixar de fora do planejamento, o alvo do nosso trabalho, pelo contrário, o aluno deve ser convidado para assumir a responsabilidade do trabalho junto com o docente.

Pensando em um ensino filosófico que atenda, com êxito, às demandas do alunado do Século XXI, o professor pode se questionar acerca de quais conteúdos e como ensinar. Sobre isso, Campaner (2012), pronuncia-se da seguinte forma:

A questão então do ensino de Filosofia exige que nos dediquemos a refletir sobre “o que” e “como” ensinar. Não é producente simplesmente tomarmos os conteúdos transmitidos no Ensino Superior e adequá-los ao jovem estudante. Devemos Pensar num programa e numa forma especificas de ensinar Filosofia para o Ensino Médio que o tome como uma etapa também especifica do aprendizado, com regras e exigências próprias.

É nesse pensar sobre a ação pedagógica que o planejamento se conceitua e efetiva. Em filosofia, o planejamento deve visar à articulação de atividades às problemáticas do contexto social, econômico, político, cultural e étnico ao qual o aluno está inserido. Em outras palavras, o plano de aprendizagem para filosofia, acima de tudo, deve possibilitar a abordagem de conteúdos e temas que afligem a sociedade como um todo, proporcionando aos alunos a percepção das ideologias impregnadas nos fatos do mundo, levando-os à uma tomada de consciência sobre a realidade que o cerca. Para Silvio Gallo (2003, p. 4):

“aula de filosofia deve funcionar como uma oficina de conceitos, um local onde os conceitos historicamente criados são experimentados, testados, desmontados, remontados, sempre frente aos nossos problemas vividos. E também um local onde se arrisque a criação de novos conceitos, por mais circunscritos e limitados que eles possam ser”.

Dessa forma, desmistifica-se o ensino de filosofia como um fim em si mesmo, ao provocar o aluno a sair da sua área de conforto. Para que isso aconteça, o professor de filosofia deve inovar em suas aulas e fazer uso de vários recursos didáticos e pedagógicos. A sala de aula deve ir além dos muros da escola, bem com o mundo do aluno deve adentrar e fazer parte do recinto escolar.

Mas, como o ensino das outras disciplinas, o ensino filosófico também se encontra fragmentado, distante da realidade dos alunos, acarretando a desmotivação pelo aprendizado dessa disciplina, como bem registrou Castanho (1989, p.21):

Produz-se uma visão compartimentalizada da realidade, não há inte¬ração entre as partes, uma está desconectada da outra. Subjacente a esta maneira de ver a sociedade fragmentariamente, a esse fenômeno de castração da capacidade de pensar em termos de estruturas, está a concepção acumulativa do conhecimento, a concepção de que apren¬der significa absorver informações e não proceder à análise ou relacio¬ná-las umas com as outras.

Faz-se necessário, buscar a conexão dos saberes, relacionando o conhecimento teórico aos fatos concretos, de modo que a filosofia cumpra sua função de formar os indivíduos críticos e reflexivos. Sobre essa possibilidade, Alves (2002), manifestou-se da seguinte forma:

Conhecemos não apenas o que pensaram os filósofos e por que pensaram determinada coisa e não outra, mas também, como pensaram. Deste modo, entendemos o que é filosofia e aprendemos a filosofar aos poucos, à medida que entramos em contato com as diferentes perspectivas filosóficas existentes, percorrendo os textos dos filósofos, acompanhando seu raciocínio, com rigor e disciplina, ou seja, filosofando.

Nessa perspectiva, vale resgatar os grandes nomes da filosofia para serem utilizados como embasamento para a compreensão dos fatos contemporâneos. Cabe ao professor de filosofia, conduzir as aulas de modo a provocar no aluno essa reflexão, a partir do problematizar, conceituar e do argumentar. Em outras palavras, a história da filosofia como referencial para abordagens de temas e problemas, haja vista a riqueza resultante do encontro entre o histórico e o atual.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, compreende-se a importância de envolver a realidade do aluno no momento de elencar os conteúdos filosóficos, de modo a priorizar o ensino contextualizado e significativo, fundamentado nas problemáticas atuais, que atingem a coletividade. Desse modo, pode-se partir da historicidade filosófica como pressuposto para melhor desenvolver o raciocínio crítico e reflexivo acerca dos problemas atuais. Nesse contexto, o professor de filosofia deve provocar no aluno, o espírito investigativo, inquietante e indagador, proporcionando-lhe a ruptura com uma visão comum de mundo, através de um filosofar constante.

Referências bibliográficas

ALVES, D. A filosofia no ensino médio. São Paulo: Autores Associados, 2002.

CAMPANER, Sônia. Filosofia: Ensinar e Aprender. São Paulo: Livraria Saraiva, 2012.

CASTANHO, M. E. L. M. A didática no ensino da filosofia no 2º grau. Revista Reflexão, n. 43, 1989.

CHAUÍ, Marilena, Convite à Filosofia. São Paulo: Àtica, l994.

DANTAS, R. Filosofia, educação e história. In: KOHAN, W. (Org.). Ensino de filosofia: perspectivas. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

GALLO, S. A filosofia e a formação do educador: os desafios da modernidade. In: BICUDO, M. A. V.; SILVA JUNIOR, C. A. da. Formação do educador. São Paulo: Unesp, 1996.

_______, A Função da Filosofia na Escola e seu Caráter Interdisciplinar. In: Seminário A Filosofia no Ensino Médio: legislação e conteúdo programático - parte III. Depto de Educação. UNESP/Rio Claro. 12.06.2003. Texto digitado.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

SEVERINO, A. J. Do Ensino da Filosofia: estratégias interdisciplinares, texto apresentado no Seminário: A Filosofia no Ensino Médio: legislação e conteúdo programático – parte I. Depto de Educação. UNESP/ Rio Claro. 15/04/2003. Texto digitado.

APÊNDICE A - Sugestões de Planos de Aula

PLANO 01

01. Identificação:

• Docente: Manoel Rodrigues de Abreu Matos;

• Componente Curricular: Módulo 3- Pesquisa em Filosofia na Sala de Aula;

• Ano: 2º ano Ensino Médio;

• Temas: O Mito da Caverna e a Formação da Consciência Crítica;

• Carga Horária: 04 horas (4 aulas de 50 minutos cada);

02. Objetivos

• Geral:

• Compreender a importância do Mito da Caverna de Platão para a formação da consciência crítica dos cidadãos;

• Específicos:

• Refletir sobre o Mito da Caverna;

• Analisar postulados de Platão;

• Entender a relação entre o mito da caverna e a formação do senso crítico da sociedade;

03 Metodologia

1º Momento (03 aulas de 50 muitos cada):

Título da aula – Platão e o Mito da Caverna;

1ª aula:

Iniciar abordando os alunos acerca da percepção da realidade. Farei alguns questionamentos, como qual o programa de TV favorito? Quais as músicas mais ouvidas? Os lugares que costumam freqüentar? As leituras mais praticadas? Com essas perguntas, tentarei identificar o nível de consciência crítica dos alunos.

Reproduzirei essas imagens via telão, para dar continuidade à discussão sobre a temática da aula, incluindo as opiniões dos alunos acerca das ideologias dominantes, do consumismo, da miséria que assola o país, da desigualdade, do racismo, do desemprego, da violência. Após essa discussão acalorada, entregarei a letra da música “Até Quando”, de Gabriel o pensador e colocá-la-ei para que possam ouvir e acompanhar.

Com essa música, aprofundarei o debate antes iniciado, chamando a atenção dos alunos para a percepção da realidade concreta à qual nós vivemos. Para concluir a aula, solicitarei que os alunos façam a leitura da Alegoria da Caverna, um texto de autoria de Platão, presente seu livro, intitulado, A República. Entregá-lo-ei e solicitar para que façam a leitura em casa.

2ª aula:

Convidar os alunos à sala de vídeo para assistir a um pequeno vídeo sobre O Mito da Caverna, encontrado no youtube (www.youtube.com/watch?v=2S0_-EQO8wc), publicado por Braz Neto. Voltar à sala e retomar o texto sugerido na aula anterior, mesmo texto abordado no vídeo e fazer a leitura em voz alta. Após o vídeo e a leitura do texto, haja vista a aula anterior, iniciar um momento de discussão, trazendo o referido texto para a atualidade, confrontando com os problemas contemporâneos, que levam os indivíduos a uma total submissão e alienação.

Logo após a discussão sugerida, organizar os alunos em três grupos e solicitarei que façam uma pesquisa, seja na biblioteca da escola, da cidade, na internet ou mesmo entrevista. A pesquisa será constituída das seguintes questões: Quem foi Platão? Quais as idéias defendidas por ele? Essas idéias ainda estão vivas? Como? Qual o contexto histórico ao qual Platão esteve envolvido? O que é o mito da caverna? Qual a mensagem passada através do mito da caverna? Como é possível percebermos a existência das cavernas ainda nos dias de hoje? Como superar a caverna a qual ainda vivemos? Reproduzir o Mito da Caverna.

Os alunos terão um prazo razoável para produzirem o material e eu estarei à disposição para orientá-los. Toda a comunidade escolar será convidada para assistir às apresentações. A simulação do mito da caverna será apresentada por apenas uma equipe, escolhida por meio de sorteio dentre as três. Essa equipe terá um tempo maior de apresentação. O seminário será apresentado na aula seguinte.

3ª aula:

Aula reservada às apresentações dos trabalhos (seminário).

2º Momento: (01 aula de 50 muitos)

Título da aula: Conhecimento e Consciência Crítica

Para enriquecer o conhecimento dos alunos, nessa aula, trarei o cordel de Medeiros Braga, uma produção textual elaborada a partir do Mito da Caverna à luz dos problemas atuais. Faremos a leitura e em seguida, questionarei os alunos acerca dos pontos de encontro entre os dois textos, sinalizando para a intertextualidade presente.

Com base nos conhecimentos adquiridos sobre consciência crítica, por meio das aulas anteriores, organizarei um concurso de charges. Solicitarei que os alunos produzam charges informativas sobre a realidade dos fatos, visando despertar os indivíduos para as ideologias impregnadas nas coisas do mundo, como o consumismo, a corrupção, o racismo, a violência, as guerras, os meios de comunicação, mundo real verso mundo dos sonhos, dentre outros temas pertinentes a essa abordagem. As charges serão distribuídas à comunidade.

Os autores das três melhores charges serão premiados (prêmio a ser definido).

04. Recursos

Para que os objetivos propostos sejam alcançados e as aulas se tornem mais atrativas e pertinentes para os alunos, utilizarei os seguintes recursos:

• Material impresso e xerografado;

• Quadro branco;

• Datashow;

• Videos;

• Som;

• Músicas;

05 Atividades

Essas aulas terão caráter participativo do inicio ao fiml, levando o aluno a buscar o conhecimento. Dessa forma, teremos as questões que orientarão a produção do seminário: Quem foi Platão? Quais as idéias defendidas por ele? Essas idéias ainda estão vivas? Como? Qual o contexto histórico ao qual Platão esteve envolvido? O que é o mito da caverna? Qual a mensagem passada através do mito da caverna? Como é possível percebermos a existência das cavernas ainda nos dias de hoje? Como superar a caverna a qual ainda vivemos? Dramatizem o Mito da Caverna. Finalizarei essas questões com a apresentação do seminário. Por fim, teremos a confecção das charges que serão distribuídas à comunidade.

06. Avaliação

A avaliação se dará de forma processual, através de observações constantes, em decorrência da freqüência e participação nas aulas, além de cumprir todas as atividades propostas. O seminário, as pesquisas e as produções das charges, também terão caráter avaliativo. Para fechar essas quatro aulas, os alunos devem produzir um texto argumentativo, evidenciando a importância do Mito da Caverna de Platão, para a formação crítica do cidadão. Para tanto, levar em consideração o cordel de Medeiros Braga já trabalhado em aula.

REFERÊNCIAS

BRAGA, Medeiros. O cordel do Mito das Cavernas. Disponível em: <http://moussedemaracuja.blogspot.com.br/2007/11/o-cordel-do-mito-das- cavernas.ht ml>. Acessado em 25/09/2015.

NETO, Braz. O Mito da Caverna- Platão. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2S0_-EQO8wc. Acesso em 28 de out. 2015.

PENSADOR, Gabriel. Até quando. Disponível em <: http://www.vagalume.com.br/gabriel-pensador/ate-quando.html#ixzz3qLJ4qLHu>. Acesso em: 25/09/2015.

PLATÃO. O Mito das Cavernas. (trad. Enrico Corvisieri) São Paulo: Nova Cultural, 1999. (Col. Os Pensadores).

Plano 02

02. Identificação:

• Docente: Manoel Rodrigues de Abreu Matos;

• Componente Curricular: Estética, Filosofia da Arte e seu Ensino

• Ano: 2º ano Ensino Médio;

• Temas: Estética e Filosofia da Arte;

• Carga Horária: 4 horas (4 aulas de 50 minutos cada);

02. Objetivos

• Geral:

• Compreender o significado de arte no contexto de vivência prática;

• Entender a estética como uma questão subjuntiva;

.

• Específicos:

• Analisar os conceitos de arte (feio, bonito, bom, ruim, velho, novo);

• Discorrer acerca do que a arte representa para o homem;

• Identificar os padrões de beleza impostos na sociedade;

• Relacionar a arte ao cotidiano do cidadão;

03 Metodologia

1º Momento (02 aulas de 50 muitos cada):

Título da aula – A Presença da Estética no Cotidiano do Cidadão

1ª aula:

Nesse primeiro momento, farei a abordagem do tema, a partir de fatos contextualizados. Colocarei, através do data show, as imagens seguintes para analisar com os alunos, a partir das perguntas: Quem é bonito? Quem é feio? O que é bonito? O que é feio? Qual expressão artística pode ser considerada bonita, feia, boa ou ruim?

Com essas imagens e essas perguntas, provocarei os alunos a desconstruírem o conceito que têm sobre estética, formado, provavelmente, por meio da mídia preconceituosa. Observarei as opiniões dos alunos acerca das imagens, buscando compreender o pensamente deles acerca de arte e estética. Após discussão inicial, solicitarei que os alunos pesquisem por meio de seus aparelhos de celular, as seguintes questões: O significado de belo? O que é arte? Quais os padrões de beleza são cultuados pela sociedade atual?

Após as pesquisas, abrirei espaço para socialização dos resultados, debate e conclusão. Eu, enquanto professor mediador cuidarei para que os alunos, a principio, compreendam a estética a partir de um olhar subjuntivo. Para finalizar a aula, solicitarei que os alunos produzam um texto a partir das seguintes questões: O que é arte? Em sua opinião, o que é belo? Em que situações se encaixa o belo? Os grafites, inclusive os feitos ilegalmente, podem ser considerados arte? Considerando sua opinião sobre o belo, o que é o feio? Em seu dia a dia, como se relaciona com a estética?

2ª aula:

Nessa aula, de forma socializada, corrigiremos a atividade solicitada na aula anterior. Em seguida, aprofundarei a explicação, de modo a levar os alunos a compreenderem que a arte não serve apenas à admiração do público, haja vista a sensibilidade de cada indivíduo, mas ela representa a realidade. Seja através da pintura, da musica, do cinema, do teatro, da vaidade de cada pessoa, a arte é pano de fundo, tanto para representar quanto para justificar nossas ações, seja momentaneamente, seja as ações dos antepassados.

Para tanto, juntamente com os alunos, analisaremos as imagens abaixo, buscando desvendar as características de cada uma, indo além da questão estética, visando à percepção da realidade impregnada em cada imagem. Além dessas imagens, também solicitarei que os alunos façam pesquisas através dos aparelhos de celular deles próprio, sobre outras imagens, que também serão veiculadas para toda a turma por meio da data show. Assim, os alunos estarão construindo o conhecimento.

Ao final da aula, levarei os alunos para um passei no centro da cidade –Crisópolis-BA ( evento já combinado com a direção da escola e com os demais professores), para os alunos observarem na prática os aspectos da estética e sua importância, positiva ou negativa, em todos os locais, como paisagens, ruas, casas, igrejas, lojas, mercados, esculturas, as músicas que estarão tocando nos sons, as fotos, os toldos, o comportamento da pessoas, trânsito, etc. Levarei os alunos, principalmente ao açougue da cidade. Esse local é muito criticado pela população, devido ao péssimo cuidado. Nesse local, circulam muitos cachorros e urubus, além do mau cheiro.

Imagens meramente ilustrativas

Com esse passeio, os alunos deverão fazer anotações, que serão transformadas em relatório e registrar tudo em foto ou vídeo. Dependendo da situação, tanto as fotos e vídeos, quanto os relatórios gerados pelos alunos acerca de determinados casos, poderão ser úteis para futuras exigências ou denúncias.

2º Momento: (02 aulas de 50 muitos cada)

Título da aula: Filosofia da Arte

1ª aula:

Passarei o vídeo, “A Importância da Arte”, encontrado no site. www.youtube.com/watch?v=ZHOlEQKClIU, publicado por Kai Ferreira. É um vídeo curto, que apresenta algumas formas de expressão artística de modo a deixar claro que a arte é fundamental como identidade de um povo. Após assistirem a esse vídeo, organizarei para que os alunos dialoguem sobre as observações resultantes da aula-passeio à luz do vídeo. Ao final da aula, levar os alunos ao auditório da escola para assistirem a uma palestra com o ex-professor de filosofia, religião e sociologia, Senhor Lula, um ex-professor aposentado conhecido na cidade. Ele falará sobre a filosofia da arte, da estética e sobre ética.

2ª aula:

Iniciarei esse momento com uma roda de conversa, dialogando com os alunos de que a forma como vemos e compreendemos a arte está diretamente associada à nossa visão de mundo. A ideologia dominante aproveita-se das diversas modalidades da arte para impor suas condições e exigências. Cabe a nós, enquanto cidadãos percebermos o mundo impregnado nas artes e na estética.

Diante do exposto, solicitarei que cada aluno elabore um relatório sobre as observações e percepções acerca da aula-passeio, do vídeo veiculado, da palestra e sobre os debates e discussões em sala de aula. Esse relatório objetiva levar o aluno a fazer um apanhado geral de tudo que foi passado até o momento. Para finalizar, solicitarei que seja realizada uma amostra fotográfica. As fotos serão as que foram tiradas na aula-passeio. No dia da exposição, a comunidade escolar será convidada. Os alunos se encarregarão de fazer a apresentação do evento, haja vista os conhecimentos obtidos ao longo das quatro aulas sobre filosofia da arte e da estética.

04. Recursos

Para que os objetivos propostos sejam alcançados e as aulas se tornem mais atrativas e pertinentes para os alunos, utilizarei os seguintes recursos:

• Quadro branco;

• Datashow;

• Videos;

• Som;

05 Atividades

Serão propostas várias atividades, como assistir ao vídeo, à palestra, além de participar da aula -passeio e das discussões propostas em aula, elaborar o relatório e preparar a amostra fotográfica.

06. Avaliação

A avaliação se dará de forma processual, através de observações constantes, em decorrência da freqüência e participação nas aulas, além de cumprir todas as atividades propostas, como assistir ao vídeo, à palestra, além de participar da aula -passeio e das discussões propostas em aula, elaborar o relatório e preparar a amostra fotográfica. A amostra fotográfica será sobre a filosofia da arte e estética, presente no cotidiano da comunidade urbana (cidade de Crisópolis-Ba).

07. Referências

FERREIRA, Kai. A Importância da Arte. Disponivel em: < www.youtube.com/watch?v=ZHOlEQKClIU. Acesso em 31 de julho de 2015;

PLANO 03

03. Identificação:

• Docente: Manoel Rodrigues de Abreu Matos;

• Componente Curricular: Ensino de Lógica, Antologia e Filosofia da Linguagem;

• Ano: 2º ano Ensino Médio;

• Temas: Lógica, Ontologia e Filosofia da Linguagem;

• Carga Horária: 6 horas (6 aulas de 50 minutos cada)

02. Objetivos

• Geral:

• Aprender a organizar e apresentar as ideias, usando o raciocínio claro e coerente para transmitir suas conclusões a outras pessoas, a partir da linguagem e da compreensão do ser, enquanto ser participativo da sociedade em que vive.

• Específicos:

• Desenvolver o pensamento crítico e reflexivo dos alunos mediante análise de charges, músicas e vídeos;

• Entender a importância da lógica para construção do raciocínio claro;

• Refletir sobre a importância da compreensão da ontologia;

• Estudar a filosofia da linguagem, enquanto ferramenta da interação social;

• Realizar pesquisas;

• Ouvir musicas e assistir à vídeo;

03 Metodologia

1º Momento (03 aulas de 50 muitos cada):

Título da aula – Construção do raciocínio

1ª aula:

Para iniciar o estudo dos conteúdos propostos, irei fazer algumas abordagens, umas perguntas, no intuito de perceber o grau de conhecimento dos alunos acerca do tema da aula – Lógica: Já ouviram falar sobre lógica? Sobre silogismo? O que imaginam que seja lógica? Em seguida, entregar aos alunos a cópia da letra da música, “Lógica” da Banda Jota Quest. Colocarei a música e solicitarei que os alunos acompanhem fazendo a leitura.

Após a música, abrirei espaço para os alunos debaterem sobre a música. Nessa oportunidade, explicar verbalmente o conceito de “Lógica”, utilizando a música como recurso. Para ajudar no entendimento dos alunos, projetarei na lousa, através do data show, a imagem seguinte:

Farei verbalmente as indagações: Há alguma lógica no pensamento do indivíduo preguiçoso? A justificativa dada para a preguiça é convincente? Por que? Para encerrar esse primeiro momento, passarei a seguinte questão para ser respondida em casa: No último verso da música Lógica, cantada pela banda Jota Quest, aparece – “O amor não tem lógica”. Elabore um texto, explicando o fato de o amor não ter lógica, segundo a música, a imagem trabalhada anteriormente e suas concepções acerca do amor.

2ª aula:

No primeiro momento da aula, socialização dos textos da atividade da aula anterior. Para dar continuidade à aula, colocar o vídeo Lógica, um vídeo do Telecurso 2000, disponível em: www.youtube.com/watch?v=9eT64p6XJIo. Em seguida, solicitar que os alunos pesquisem na internet, o significado do termo “Lógica”. Um aluno será convidado a expor na lousa e explicar para a turma, a definição que encontrou sobre o termo. A pesquisa será realizada por meio dos aparelhos de celular dos próprios alunos. Entregarei um pequeno texto que aborda o tema lógica: O que é lógica? Disponível no blog Fragmentos de Filosofia, encontrado no site: http://giulianofilosofo.blogspot.com.br/2007/09/o-que-lgica.html.

Com esse texto e com o vídeo, posso fazer uma abordagem acerca das falácias: APELO À PIEDADE, APELO À FORÇA, FALÁCIA DA IGNORÂNCIA, FALÁCIA DE APELO À AUTORIDADE e FALÁCIA DE APELO À GALERIA (OU AO POVO OU A MULTIDÃO).

Mas não me aprofundarei no conceito delas, pois pretendo passar uma atividade de pesquisa para ser apresentada na aula seguinte. Solicitarei que os alunos pesquisem, mesmo que no aparelho de celular ou nos computares da escola, porém em turno oposto, sobre os diversos tipos de falácias. Organizarei a turma em cinco grupos, para que cada grupo pesquise um tipo de falácia. A pesquisa deve resultar em uma apresentação de seminário.

3ª aula:

Esse é um momento reservado apenas à apresentação do seminário. Nessa oportunidade, observarei se os alunos dominam os conceitos concernentes à lógica. Ao final das apresentações, farei as devidas ponderações, no intuito de tirar as dúvidas que eventualmente tenham ficado no ar.

2º Momento: (03 aulas de 50 muitos cada):

Título da aula – A linguagem enquanto ferramenta do estudo do ser

1ª aula:

Nesse segundo bloco de aulas, estudaremos a filosofia da linguagem. Para iniciar, apresentarei, através do data show, as imagens abaixo, para introduzir o estudo de Ontologia. A ontologia, como o estudo do ser enquanto ser, é fundamental para o aluno compreender a constituição de uma sociedade, principalmente a sociedade à qual ele faz parte, levando em conta as ideologias arraigadas nos dizeres, na mídia em geral e no sistema político.

.Nesse momento, oportunizarei que os alunos participem, debatam, tentem chegar a uma conclusão acerca das imagens à luz da ontologia. Por fim, eu explicarei a relação entre as imagens e a ontologia, considerando o cenário problemático do Século XXI, apontando as problemáticas que rondam a nossa comunidade e a sociedade como um todo, levando os alunos a compreenderem a alienação à qual a sociedade é submetida. Assim, trarei o contexto atual para dentro da sala de aula para análise e debate. Em seguida, entregarei o texto Ontologia, disponível no portal do estudante de filosofia: http://www.estudantedefilosofia.com.br/conceitos/ontologia.php, para fazermos a leitura em sala de aula, associando-o às imagens analisadas. Após a leitura e discussão, solicitarei que façam um resumo crítico do texto, envolvendo o contexto concreto de vivência, para ser lido na aula seguinte.

2ª aula:

Nessa aula, convidar alguns alunos para fazerem a leitura socializada dos resumos. Após, colocarei o vídeo Antologia- Para Marx e Engels, disponível em www.youtube.com/watch?v=RgBe05BzmY0, postado por Darlison Lopes e entregarei também a letra da música, Marx e Engels, autoria de Belle And Sebastian, traduzida pelo google tradutor, que fundamenta o vídeo referido. Com esse vídeo e música, provocarei os alunos a discutirem acerca das problemáticas que afligem a todos.

Mesmo não sendo conteúdos filosóficos, possibilitarei que os alunos abordem questões como drogas, consumismo, violência, racismo, corrupção, opressão, ditaduras, alienação, além de questões ambientais. Essa discussão, associada à música e ao vídeo, será focada na ontologia, matéria da aula anterior, tendo a linguagem como ferramenta, tanto para a alienação, quanto para a compreensão crítica e reflexiva dos fatos do mundo. Para finalizar a aula, expor na lousa a seguinte imagem, de modo a indagar aos alunos sobre a importância da linguagem na perspectiva filosófica.

.

Para a próxima aula, os alunos farão uma pesquisa sobre a linguagem, à luz das discussões anteriores. Os resultados serão apresentados em poesias ou paródias. As questões que nortearão a pesquisa serão as seguintes:

1. Qual a importância da linguagem para o indivíduo em sociedade?

2. Qual a natureza do significado? O que é o significado?

3. O que fazemos com a linguagem? Como a usamos socialmente? Qual sua finalidade?

4. Como a linguagem se relaciona com a mente do falante e do intérprete?

5. Como a linguagem se relaciona com o mundo?

3ª aula:

Apresentação de alguns dos trabalhos da aula anterior. Diante do conhecimento adquirido pelos alunos acerca de Lógica e de Filosofia da Linguagem – Ontologia, nesta aula, os alunos irão colocar em prática todos os conceitos vistos e apreendidos nessas cinco aulas. Levá-los-ei a um passeio pelas ruas da cidade, para que analisem a sociedade à luz das questões sobre lógica, ontologia, alienação e linguagem. Além de fotografarem, podem também filmarem o que entenderem necessário. O passeio, previamente combinado com gestão da escola, contará com o apoio dos demais docentes, cobrirá toda a cidade, em todos os aspectos.

Ao final, retornando para a escola, os alunos serão orientados a construírem charges, poesias, cordel, vídeos, paródias, sobre os fatos analisados, haja vista a perspectiva filosófica abordada. Será marcado um dia especifico para os alunos apresentarem seus trabalhos. Nesse dia, toda a comunidade escolar será convidada para apreciar as produções dos alunos.

04. Recursos

Para que os objetivos propostos sejam alcançados e as aulas se tornem mais atrativas e pertinentes para os alunos, utilizar os seguintes recursos:

• Material impresso e xerografado;

• Quadro branco;

• Datashow;

• Tv e DVD;

• Slides;

• Videos;

• Som;

• Palestra

05 Atividades

Solicitar que os alunos pesquisem nos aparelhos de celular deles (alunos) mesmo sobre os tipos de falácias. Apresentar seminário e elaborar resumo crítico. Analisar as Charges e ouvir as músicas propostas, bem como assistir ao vídeo. Pesquisar sobre a filosofia da linguagem e apresentar os resultados, ir à aula passeio e elaborar o trabalho proposto.

06. Avaliação

A avaliação se dará de forma processual, através de observações constantes, em decorrência da freqüência e participação nas aulas, além de cumprir todas as atividades propostas. O seminário, as pesquisas e as produções escritas também terão caráter avaliativo. Com a aula passeio, os alunos serão orientados a construírem charges, poesias, cordel, vídeos, paródias, sobre os fatos analisados, haja vista a perspectiva filosófica abordada. Será marcado um dia especifico para os alunos apresentarem seus trabalhos. Nesse dia, toda a comunidade escolar será convidada para apreciar as produções dos alunos.

07. Referências

BLOG: Estudante de Filosofia. Ontologia. Disponível em: < http://www.estudantedefilosofia.com.br/conceitos/ontologia.php>. Acesso em 21 de agosto de 2015.

BLOG: Fragmentos de Filosofia. O que é Lógica? Disponível em: < http://giulianofilosofo.blogspot.com.br/2007/09/o-que-lgica.html>. Acessado em 21 de agosto de 2015.

LOPES, Darlison, Ontologia - Para Marx e Engels. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=RgBe05BzmY0>. Acessoem 25 de agosto de 2015.

QUEST, Jota. Lógica. Disponível em: < http://www.vagalume.com.br/jota-quest/logica.html>. Acesso em 21 de agosto de 2015.

VELOSO, Ch. Aula 2 de Filosofia - Tema: Lógica (Telecurso 2000). Disponível em:< www.youtube.com/watch?v=9eT64p6XJIo>. Acesso em 21 de agosto de 2015.

PLANO 04

04. Identificação:

• Docente: Manoel Rodrigues de Abreu Matos;

• Componente Curricular: Ensino de Ética e Filosofia Política;

• Ano: 2º ano Ensino Médio;

• Temas: Ética e Filosofia Política;

• Carga Horária: 4 horas (4 aulas de 50 minutos cada)

02. Objetivos

• Geral:

• Compreender as questões éticas e políticas da vida em sociedade, de si, do mundo e do outro, de modo a viver uma vida plena, consciente das circunstancias que compreendem a vida coletiva.

• Específicos:

• Desenvolver o pensamento crítico e reflexivo dos alunos mediante análise de charges, músicas e vídeos;

• Refletir sobre as ações humanas e o à liberdade individual e coletiva;

• Analisar os principais valores que regem o ser humano em sociedade;

• Entender as problemáticas que envolvem a sociedade;

• Entender o sistema político brasileiro;

• Perceber as ideologias impregnadas nos valores humanos, na política e na mídia;

03 Metodologia

1º Momento (02 aulas de 50 muitos cada):

Título da aula – Observando a sociedade

1ª aula:

Inicialmente, irei dialogar com os alunos acerca do tema “Ética”, atentando-me para as respostas deles, no sentido de diagnosticar a compreensão que têm sobre o conteúdo. No calor da discussão, solicitar que façam uma rápida pesquisa no celular deles mesmo sobre ética, uma vez que os alunos dispõem de aparelho celular de ultima geração, com dispositivo de acesso À internet. Em seguida, escrever na lousa a palavra ÉTICA e possibilitar que os alunos, coloquem em volta dessa palavra, apenas um vocábulo que sintetize o sentido de ética. Logo após, contextualizar os termos em torna da palavra ÉTICA, aproximando-os à vivência prática dos alunos, como membros da sociedade. Para encerrar a aula, solicitar que os alunos façam uma pesquisa, seja na escola ou em caso, na internet ou em livros, com o intuito de responder às seguintes questões:

1º. Qual a importância e o papel da ética para a humanidade?

2º. Quais os principais valores que regem o ser humano em sociedade?

3º. Relacione razão e ética.

4º Observando a imagem a baixo, produza um texto sobre o que você entendeu da charge, relacionando com o conceito de ética.

2ª aula:

Socialização e correção da atividade anterior. Para fortalecer a compreensão dos alunos acerca da temática, passar o vídeo “Ética na Sociedade Atual”, disponível em (www.youtube.com/watch?v=dBb-vCLtxuM), duração de 4 minutos. Esse vídeo retrata a situação social, onde de um lado há o luxo, a riqueza, do outro, a extrema pobreza. Esses dois mundos vivem lada a lada, às vezes, não os percebemos. Possibilitar que os alunos relacionem o vídeo com os resultados obtidos na atividade anterior, à luz dos problemas atuais.

Em seguida, organizarei os alunos em grupos e entregarei cópias da letra da música “Geni E O Zepelin”, de Chico Buarque, disponível em http://letras.mus.br/chico-buarque/77259. Colocar o áudio da música e solicitar que os alunos acompanhem o som, através da leitura. Em seguida, possibilitar um debate entre os grupos, acerca dos valores humanos impregnados na música. O debate deve ser conduzido pelo professor de modo a que os alunos apontem e compreendam a hipocrisia praticada pela sociedade à luz dos “bons valores humanos”.

2º Momento: (02 aulas de 50 muitos cada):

Título da aula – Pensando e vivendo

1ª aula:

Apresentar as charges abaixo para os alunos e iniciar o debate acerca dos problemas que afligem toda a população brasileira.

As questões ambientais, secas em umas regiões, enchentes em outras, crise no SUS e na educação, falta de moradia, corrupção, pobreza, insegurança, violência física, uso de drogas, assistencialismo político, desemprego, mobilidade urbana, sistema carcerário, dentre outros temas, mesmo não sendo conteúdos filosóficos. Para fundamentar as discussões, entregar para os alunos a letra da música “Os Problemas do Brasil, do compositor Matheus Souza Maciel, disponível no site http://www.vagalume.com.br/cerberus/os-problemas-do-brasil. Nas discussões, relacionar as problemáticas acima, às questões éticas, retratadas nas aulas anteriores.

Dividir a turma em grupos proporcionais aos temas elencados a cima e aos que forem sugeridos pelos alunos e fazer o sorteio dos temas. Solicitar que pesquisem, busquem produzam, para apresentarem um seminário. Orientar os alunos que os temas propostos giram em torna da ética, para que os resultados das pesquisas sejam pertinentes ao conteúdo trabalhado e à aprendizagem.

Organizar os grupos quanto ao tempo que cada um terá para sua apresentação. Os alunos serão orientados a convidar toda a comunidade escolar para prestigiar a apresentação dos trabalhos. A metodologia de apresentação ficará a cargo do grupo, podendo, portanto, apresentar um vídeo, uma musica, um poema, um desenho, entre outras formas.

2ª aula:

Antes de iniciar as apresentações dos trabalhos, providenciarei uma rápida Palestra esclarecedora com o Senhor Valter, um conhecido jornalista da cidade, formado em ciências políticas, para falar um pouco acerca do sistema político brasileiro. Em seguida, iniciam-se as apresentações.

04. Recursos

Para que os objetivos propostos sejam alcançados e as aulas se tornem mais atrativas e pertinentes para os alunos, utilizar os seguintes recursos:

• Material impresso e xerografado;

• Quadro branco;

• Datashow;

• Tv e DVD;

• Slides;

• Videos;

• Som;

• Palestra

;

05 Atividades

Solicitar que os alunos pesquisem nos aparelhos de celular deles mesmo, o conceito do termo Ética. Realizar pesquisa na internet ou em outros meios para responder às questões da 1ª aula. Analisar as Charges e ouvir as músicas propostas, bem como assistir ao vídeo e à palestra. Por fim, pesquisar em fontes diversas para prepara o seminário e apresentá-lo.

06. Avaliação

A avaliação se dará de forma processual, através de observações constantes, em decorrência da freqüência e participação nas aulas, além de cumprir todas as atividades propostas e participação no seminário. Ao final, os alunos produzirão um texto reflexivo sobre os fatos envolvidos na realidade à qual vivemos, mas nem sempre percebemos, haja vista a alienação a que somos submetidos. Este texto será publicado em um portal da internet “Crisópolis Em Foco”, muito conhecido na cidade e também no blog da escola.

07. Referências

BUARQUE, Chico. Geni E O Zepelin. Disponivel em: http://analisedeletras.com.br/chico-buarque/geni-e-o-zepelin/. Acessado no dia 20 de abril de 2015

FABRÍCIO, Diego. Ética na Sociedade Atual. disponível em: <www.youtube.com/watch?v=dBb-vCLtxuM>.Acesso em 27 de agosto de 2015

MACIEL, Matheus Souza. Os Problemas do Brasil. Disponível em: http://www.vagalume.com.br/cerberus/os-problemas-do-brasil. Acessado no dia 25 de abril de 2015

PLANO 05

05. Identificação:

• Docente: Manoel Rodrigues de Abreu Matos;

• Componente Curricular: Módulo 2- Teoria do Conhecimento e Filosofia da Ciência e Seu Ensino;

• Ano: 2º ano Ensino Médio;

• Temas: Teoria do Conhecimento e Filosofia da Ciência;

• Carga Horária: 4 horas (4 aulas de 50 minutos cada);

02. Objetivos

• Geral:

• Entender a relação entre ciência e religião, a partir da compreensão das diversas teorias do conhecimento.

• Específicos:

• Compreender as diversas teorias do conhecimento humano;

• Refletir sobre a relação entre ciência e religião;

• Definir o termo “Conhecer”;

03 Metodologia

1º Momento (02 aulas de 50 muitos cada):

Título da aula – Teorias do Conhecimento Humano;

1ª aula:

Por ser um conteúdo amplo, nesse primeiro momento com os alunos, irei fazer abordagens acerca do tema proposto. Será a oportunidade para aproximar os alunos do tema, a partir de alguns comentários e questionamentos. Sabemos que há vários tipos de conhecimento, bem como uma dicotomia entre o método cientifico e o método criacionista, onde ambos, cada um com suas características especificas, tentam explicar os fatos do mundo.

Nessa introdução, cuidarei para que os alunos expressem suas opiniões e conhecimentos. Após esse debate, passarei, através do data show da escola, o vídeo, “Teoria do Conhecimento- Uma Introdução”, disponível em: www.youtube.com/watch?v=FLmXYm8oVsY. É um vídeo de 16 minutos que aborda a questão das várias teorias que buscaram, ao longo do tempo, explicar o conhecimento.

Após o vídeo, contextualizarei o tema tratado, a partir da vivência concreta dos alunos, fazendo uma ponte com o debate que abriu a aula. Por fim, solicitarei que os alunos pesquisem e respondam às seguintes questões:

O que é conhecer?

Qual a relação entre conhecer e pensar?

Há um conhecimento superior a outro? Explique.

Como surgiu o conhecimento filosófico?

É possível conhecermos a realidade como ela é? Justifique.

2ª aula:

Nessa aula, de forma socializada, corrigiremos a atividade solicitada na aula anterior.

Considerando a dimensão do conteúdo trabalhado, entendi que seria a oportunidade ideal para desenvolver nos alunos o espírito de pesquisa. Nessa aula, abordarei algumas teorias de conhecimento, a saber: O saber da vida, O conhecimento mítico, Conhecimento teológico, Conhecimento filosófico, Conhecimento científico, Conhecimento técnico e O saber das artes;

Após uma rápida discussão sobre essas teorias de conhecimento, organizarei a turma em sete grupos. Cada grupo ficará responsável por uma teoria de conhecimento:

• O saber da vida;

• O conhecimento mítico;

• Conhecimento teológico;

• Conhecimento filosófico ;

• Conhecimento científico;

• Conhecimento técnico;

• O saber das artes;

• Conhecimento científico ou religioso? (ainda será abordado)

Os alunos irão pesquisar em fontes diversas, como a internet, livros, revistas, jornais, entrevistas, dentre outras. Com essa pesquisa, eles irão confeccionar um livro, que será reproduzido para toda a comunidade escolar. Para complementar a conhecimento, melhor será passar logo para a aula seguinte, que abordará a questão da dicotomia entre ciência e religião. Na ultima aula desta sequência, serão apresentados os resultados das produções dos alunos.

2º Momento: (02 aulas de 50 muitos cada)

Título da aula: Filosofia da Ciência

1ª aula:

Nessa aula, partiremos para a análise da dicotomia entre ciência e religião. Para tanto, como auxílio para facilitar o entendimento dos alunos, colocarei a imagem seguinte:

solicitarei que os alunos façam uma rápida pesquisa na internet dos próprios celulares, sobre a diferença entre o conhecimento científico e o conhecimento religioso/criacionista. Convidarei alguns alunos a socializarem as descobertas e a opinarem acerca da questão. Continuando, ainda com a imagem posta, entregarei aos alunos cópias da letra da música “A Ciência e A Religião”, do cantor Mumuzinho, disponível em http://letras.mus.br/mumuzinho/a-ciencia-e-a-religiao/.

Essa será uma aula de debate e discussão. É importante lembrar, que o objetivo aqui é proporcionar conhecimento aos alunos, não defender princípios, sejam eles científicos ou criacionistas. Levarei ao aluno, a noção de que nós somos produtores de vários tipos de conhecimentos, saberes e informações, enquanto seres internacionais, que pensam, problematizam, julgam, avaliam e mantém entre si, um processo de relação. Desse modo, o mais importante é a compreensão dos alunos, de que não há um conhecimento superior a outro. Pelo contrário, todos os tipos de conhecimentos e teorias, são concebidos em um processo de complementaridade e continuidade

Após uma profunda reflexão acerca da dicotomia entre o conhecimento científico e o criacionista, à luz da charge, da pesquisa, das discussões e da música, os alunos devem produzir um texto argumentativo sobre a existência desses dois tipos de conhecimento em nossa sociedade na contemporaneidade. Os textos produzidos serão utilizados na produção do livro mencionado acima. Também, o melhor texto, escolhido pelos próprios alunos, será publicado no portal “Crisópolis em Foco”, um portal de noticia muito lido na cidade e no blog da escola.

2ª aula:

Essa aula será reservada para a produção final do livro, onde os alunos poderão tirar as dúvidas acerca da montagem dos textos que comporão o livro, complementar as pesquisas, revisar os textos e combinarem a metodologia de apresentação do livro à comuidade escolar. De fato, será um momento voltado para a organização e fechamento dos trabalhos. Os alunos, juntamente com o professor, farão a revisão final do livro a ser divulgado e distribuído na escola, em um evento específico.

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04. Recursos

Para que os objetivos propostos sejam alcançados e as aulas se tornem mais atrativas e pertinentes para os alunos, utilizarei os seguintes recursos:

• Material impresso e xerografado;

• Quadro branco;

• Datashow;

• Videos;

• Som;

• Músicas;

05 Atividades

Para tornar o conteúdo pertinente aos alunos, após as discussões e debates, passarei algumas questões: O que é conhecer? Qual a relação entre conhecer e pensar? Há um conhecimento superior a outro? Explique. Além dessas questões, também os alunos deverão fazer uma pesquisa acerca dos diversos tipos de conhecimento, objetivando a produção de um livro. solicitarei ainda, que produzam um texto argumentativo sobre a existência do conhecimento cientifico e criacionista em nossa sociedade na contemporaneidade.

06. Avaliação

A avaliação se dará de forma processual, através de observações constantes, em decorrência da freqüência e participação nas aulas, além de cumprir todas as atividades propostas. Para encerrar de modo positivo, os alunos confeccionarão um livro, a partir das pesquisas feitas sobre os diversos tipos de conhecimento e sobre a dicotomia entre conhecimento cientifico e religioso. O livro será apresentado e distribuído na comunidade escolar e publicado no blog da escola.

07. Referências

Mumuzinho. A Ciência e A Religião. Disponível em: <http://www.vagalume.com.br/mumuzinho/a-ciencia-e-a-religiao.html#ixzz3dkMHoBSc>. Acesso em 17 de junho de 2015;

BORGES,Guto. Teoria do conhecimento- Uma Introdução. Disponível em : www.youtube.com/watch?v=FLmXYm8oVsY. Acesso em 18 de junho de 2015.

APÊNDICES B – Recursos dos Planos de Aula

Plano o1

O mito da caverna (Platão)

Sócrates – Agora imagina a maneira como segue o estado da nossa natureza relativamente à instrução e à ignorância. Imagina homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, com uma entrada aberta à luz; esses homens estão aí desde a infância, de pernas e pescoço acorrentados, de modo que não podem mexer-se nem ver senão o que está diante deles, pois as correntes os impedem de voltar a cabeça; a luz chega-lhes de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles; entre o fogo e os prisioneiros passa uma estrada ascendente. Imagina que ao longo dessa estrada está construído um pequeno muro, semelhante às divisórias que os apresentadores de títeres armam diante de si e por cima das quais exibem as suas maravilhas.

Glauco – Estou vendo.

Sócrates – Imagina agora, ao longo desse pequeno muro, homens que transportam objetos de toda espécie, que o transpõem: estatuetas de homens e animais, de pedra, madeira e toda espécie de matéria; naturalmente, entre esses transportadores, uns falam e outros seguem em silêncio.

Glauco – Um quadro estranho e estranhos prisioneiros.

Sócrates – Assemelham-se a nós. E, para começar, achas que, numa tal condição, eles tenham alguma vez visto, de si mesmos e dos seus companheiros, mais do que as sombras projetadas pelo fogo na parede da caverna que lhes fica de fronte?

Glauco – Como, se são obrigados a ficar de cabeça imóvel durante toda a vida?

Sócrates – E com as coisas que desfilam? Não se passa o mesmo?

Glauco – Sem dúvida.

Sócrates – Portanto, se pudessem se comunicar uns com os outros, não achas que tomariam por objetos reais as sombras que veriam?

Glauco – É bem possível.

Sócrates – E se a parede do fundo da prisão provocasse eco, sempre que um dos transportadores falasse, não julgariam ouvir a sombra que passasse diante deles?

Glauco – Sim, por Zeus!

Sócrates – Dessa forma, tais homens não atribuirão realidade senão às sombras dos objetos fabricados.

Glauco – Assim terá de ser.

Sócrates – Considera agora o que lhes acontecerá, naturalmente, se forem libertados das suas cadeias e curados da sua ignorância. Que se liberte um desses prisioneiros, que seja ele obrigado a endireitar-se imediatamente, a voltar o pescoço, a caminhar, a erguer os olhos para a luz: ao fazer todos estes movimentos sofrerá, e o deslumbramento impedi-lo-á de distinguir os objetos de que antes via as sombras. Que achas que responderá se alguém lhe vier dizer que não viu até então senão fantasmas, mas que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, vê com mais justeza? Se, enfim, mostrando-lhe cada uma das coisas que passam, o obrigar, à força de perguntas, a dizer o que é? Não achas que ficará embaraçado e que as sombras que via outrora lhe parecerão mais verdadeiras do que os objetos que lhe mostram agora?

Glauco – Muito mais verdadeiras.

Sócrates – E se o forçarem a fixar a luz, os seus olhos não ficarão magoados? Não desviará ele a vista para voltar às coisas que pode fitar e não acreditará que estas são realmente mais distintas do que as que se lhe mostram?

Glauco – Com toda a certeza.

Sócrates – E se o arrancarem à força da sua caverna, o obrigarem a subir a encosta rude e escarpada e não o largarem antes de o terem arrastado até a luz do Sol, não sofrerá vivamente e não se queixará de tais violências? E, quando tiver chegado à luz, poderá, com os olhos ofuscados pelo seu brilho, distinguir uma só das coisas que ora denominamos verdadeiras?

Glauco – Não o conseguirá, pelo menos de início.

Sócrates – Terá, creio eu, necessidade de se habituar a ver os objetos da região superior. Começará por distinguir mais facilmente as sombras; em seguida, as imagens dos homens e dos outros objetos que se refletem nas águas; por último, os próprios objetos. Depois disso, poderá, enfrentando a claridade dos astros e da Lua, contemplar mais facilmente, durante a noite, os corpos celestes e o próprio céu do que, durante o dia, o Sol e a sua luz.

Glauco – Sem dúvida.

Sócrates – Por fim, suponho eu, será o Sol, e não as suas imagens refletidas nas águas ou em qualquer outra coisa, mas o próprio Sol, no seu verdadeiro lugar, que poderá ver e contemplar tal como é.

Glauco – Necessariamente.

Sócrates – Depois disso, poderá concluir, a respeito do Sol, que é ele que faz as estações e os anos, que governa tudo no mundo visível e que, de certa maneira, é a causa de tudo o que ele via com os seus companheiros, na caverna.

Glauco – É evidente que chegará a essa conclusão.

Sócrates – Ora, lembrando-se da sua primeira morada, da sabedoria que aí se professa e daqueles que aí foram seus companheiros de cativeiro, não achas que se alegrará com a mudança e lamentará os que lá ficaram?

Glauco – Sim, com certeza, Sócrates.

Sócrates – E se então distribuíssem honras e louvores, se tivessem recompensas para aquele que se apercebesse, com o olhar mais vivo, da passagem das sombras, que melhor se recordasse das que costumavam chegar em primeiro ou em último lugar, ou virem juntas, e que por isso era o mais hábil em adivinhar a sua aparição, e que provocasse a inveja daqueles que, entre os prisioneiros, são venerados e poderosos? Ou então, como o herói de Homero, não preferirá mil vezes ser um simples criado de charrua, a serviço de um pobre lavrador, e sofrer tudo no mundo, a voltar às antigas ilusões e viver como vivia?

Glauco – Sou da tua opinião. Preferirá sofrer tudo a ter de viver dessa maneira.

Sócrates – Imagina ainda que esse homem volta à caverna e vai sentar-se no seu antigo lugar: não ficará com os olhos cegos pelas trevas ao se afastar bruscamente da luz do Sol?

Glauco – Por certo que sim.

Sócrates – E se tiver de entrar de novo em competição com os prisioneiros que não se libertaram de suas correntes, para julgar essas sombras, estando ainda sua vista confusa e antes que os seus olhos se tenham recomposto, pois habituar-se à escuridão exigirá um tempo bastante longo, não fará que os outros se riam à sua custa e digam que, tendo ido lá acima, voltou com a vista estragada, pelo que não vale a pena tentar subir até lá? E se a alguém tentar libertar e conduzir para o alto, esse alguém não o mataria, se pudesse fazê-lo?

Glauco – Sem nenhuma dúvida.

O MITO DACAVERNA (Medeiro Braga)

Cordel

“Estamos em uma caverna

Onde reina a enganação,

Muito pior que aquela

Que é citada por Platão.”

É “O MITO DA CAVERNA”

Considerado hoje em dia

Por estudiosos, filósofos

E os artesãos da poesia

Como sendo, edificante,

A metáfora mais brilhante

De toda filosofia.

O diálogo põe entraves

Que se dá pra perceber

A mudança imprescindível

Que sempre pode ocorrer,

E mostra, sem verborréia,

O poder que tem a idéia

E a importância do saber.

Pois, “O MITO DA CAVERNA”

Para muitas gerações

Há dois milênios e meio

Vem produzindo lições...

Seu saber é tão fecundo

Que ainda hoje no mundo

Semeia reflexões.

Por isso, que iço as velas

Do verso em navegação

Pelo oceano de “O MITO

DA CAVERNA” de Platão,

Com homens acorrentados

Ao pescoço, atrás e lados

Sem saber e sem razão.

O clarão de uma fogueira

Projetava imensa luz

E ao pegar todos às costas,

Com seu martírio sem cruz,

Reproduzia nos topos,

A imagem dos seus corpos

E dela a idéia que induz.

Para dar mais movimento

E visão de verdadeira,

Passavam, também, pessoas

Entre a parede e a fogueira

Levando, sem camisetas,

Na cabeça, estatuetas

Feitas de pedra e madeira.

Se passavam conversando

Eles tinham a sensação

De que as vozes que ouviam

Eram das sombras e, então,

Ficavam a se distraír,

Sem tempo de refletir

Sobre a própria escravidão.

As gravuras produzidas

Por vias artesanais,

Tornando com perfeição

As sombras quase reais,

Produziam dos caminhos

Figuras de passarinhos,

De pessoas e animais.

Tais imagens na parede

Eram só o que eles viam,

O que passava ao redor

De tudo desconheciam.

Nesse ambiente perverso

As idéias de universo

Nas sombras se resumiam.

Conceitos de liberdade,

De igualdade, paz, amor,

De direitos de expressão,

De inversão de valor...

Eles não tinham noção,

Constituindo-se a razão

Num fato complicador.

Desconheciam a beleza

Que a natureza criou,

A paisagem exuberante

Exibindo o seu verdor,

Do nascer da alvorada

Do cantar da passarada

E a dança do beija-flor.

Mas, um dia espetacular

De uma manhã clara e terna

Interrompia-se o curso

Daquela “verdade eterna”

Onde o mundo que existia

Era de sombra que havia

Lá por dentro da caverna.

É que um desses escravos,

De forma surpreendente,

Se sentiu livre dos elos

Que lhe prendiam a corrente,

E tratou com brevidade

De matar a curiosidade

De tudo que havia à frente.

Liberto já, de início

Encandeou-lhe a clareira,

Porém, aos pouco foi ele

Se curando da cegueira,

E olhando o muro estampado

Viu que era projetado

Pelo claro da fogueira.

Recuperada a visão

E vendo a realidade

Descobriu caverna afora

Uma outra claridade

Indo em sua direção

Pra matar, pela lição,

Sua curiosidade.

E seguindo os raios solares

Viu-se, então, no exterior

Da caverna em que vivia,

Surpreso com tanta cor...

E, também, encandeado

Foi ficando deslumbrado

Com o que havia ao redor.

Viu os bandos de animais

Pastando pela campina,

Girafa, zebra, elefante,

Toda fauna peregrina...

Ouviu o cantar do galo,

O relinchar do cavalo

E a passarada divina.

Viu o céu com belas nuvens

Lá expostas no infinito,

Viu florestas, viu jardins

Cada qual o mais bonito,

E ouviu, horas inteiras,

O roncar das cachoeiras

A banhar rocha e granito.

À noite nem descansou,

Não quis, sequer, cochilar,

Estava emocionado

Com as belezas do luar...

Viu banhada a barra em frente

Pelo sol que do nascente

Vinha a terra clarear.

Sempre, durante as noites,

Fazia uma reflexão

Sobre os sobreviventes

Da cruel escravidão;

Do tormento pelo esforço

De deixar livre o pescoço

Da corrente e do grilhão.

A essa altura, o escravo

Conhecendo tanto evento

Se sentia já mudado,

Com outro comportamento

Que se dava em sua vida

De cada idéia nascida

Em cada descobrimento.

Decorridos vários meses,

Conhecendo em profusão

O mundo real, diverso

Do mundo da projeção,

Resolveu, pois, retornar

À caverna e relatar

A grande revolução.

E voltando pra o convívio

Da mísera escravatura

Relatou aos companheiros

Da sua grande aventura

E falou com seriedade

Do clima de liberdade

Que lá por fora perdura.

Discorreu sobre a floresta

E o bando de passarinhos

Voando livres nos céus,

Dormindo à noite nos ninhos.

Falou do clima de paz

Em que viviam animais

Pastando pelos caminhos.

Falou também do ar puro

Que completa a natureza,

Da paisagem deslumbrante

Esnobando a sua beleza,

E da grande perspectiva

Daquela gente cativa

Viver com honra e grandeza.

Discorreu do enorme espaço

Geográfico existente,

Da variedade de fruta

Saborosa e suficiente,

De uma dormida sadia...

De tudo, enfim, que existia

Pra viver dignamente.

Ao concluir seu relato

Ele se surpreendeu

Com a risada maldosa

E o vil deboche de ateu

E com a afirmação errada

De que ele na caminhada,

Com certeza, enlouqueceu.

Você tá louco, disseram,

Só existe um mundo real

Que é este em que vivemos

Podendo não ser o ideal,

Mas esse que, sem mudança,

Vivemos desde de criança

Até o instante fatal.

Eram, pois, esses escravos

Bastante conservadores,

Resistentes às mudanças,

No que pese as suas dores,

E o outro mundo de idéias

Era, tão-só, panacéias

Próprias dos sonhadores.

A resistência às mudanças

Sempre traz no bojo atrito,

Por egoísmo ou ignorância

Tudo gira em torno ao mito.

Por isso, os escravos lá

Não quiseram acreditar,

Nem pensar no que foi dito.

Para eles era a caverna

O mundo único, visível,

Enquanto no outro não viam

Um sinal de inteligível.

E assim, sem prova à mão,

Toda verdade e razão

Fugiam ao mundo factível.

No entanto o relator

Terminou compreendendo

Como a mudança é difícil

Para quem não está vendo;

Que só o conhecimento

Pessoal, com fundamento,

Pode acabar convencendo.

Para Platão a mudança

Não deixa de ser um ofício

Doloroso a quem não vê

Que vive desse artifício;

Para ele a importância

De romper com a ignorância

Requer muito sacrifício.

Esses escravos viviam

Sob o peso da corrente,

Porém, o que mais pesava

Não era o grilhão somente,

Contra eles, o horrível

Era a cadeia invisível

Que bloqueava sua mente.

Por isso que a “boa-nova”

Não receberam a contento,

Ao contrário, refutaram

No seu modo truculento,

Comprovando, curioso,

Que é sempre doloroso

Chegar ao conhecimento.

Ao libertar um escravo

Seu pescoço doeria,

Ao olhar o sol, direto,

Ele se encandearia,

De tal forma que, sem ânsia,

Movido na ignorância

Ao refúgio voltaria.

Há também muitas cavernas

Nesse país espalhadas,

Contando com fortes mitos

Que mantêm práticas erradas.

Uma, sem contestação,

São os meios de comunicação

Que nos põem de mãos atadas.

Qual diferença que há

Do escravo da caverna

Pra gente civilizada

Que se sentindo moderna

Se senta à televisão

Sem esboçar uma ação

Contra a injustiça, a eterna...

Os meios de comunicação

Truculentos, abundantes,

Com as suas estratégias

E cenas alienantes,

Hoje são, pelo seu porte,

O instrumento mais forte

Das elites dominantes.

Muitas pessoas estão,

Igualmente, condenadas

A ver sombras e aceitar

Como verdades sagradas,

Só depois de sofrimento,

Com muito convencimento,

Se dão as mãos às palmadas.

Os meios de comunicação,

Essa caverna ardilosa,

Põe bitola na cabeça,

Traz a mensagem enganosa

E bloqueia a recepção

De toda idéia e visão

Pela massa populosa.

Como as sombras da caverna

São as suas informações

Maliciosas que formam

As mais várias opniões.

Valendo por mil discursos

Requer de líderes em curso

Muita estratégia e ações.

Como a luz que é usada

Pra enganar o ignorante,

A grande imprensa trabalha

Pra construir, triunfante,

Um falso herói de epopéias,

Massificando as idéias

De uma classe dominante.

Estamos em uma caverna

Em que reina a exploração,

Muito pior que aquela

Que é citada por Platão.

Moderna, sofisticada,

Abafa qualquer parada

Com as patas da informação.

Hoje, se algum radical

Conseguir refugiar-se,

Retornar de idéias novas

Pra na luta realizar-se,

Terá, pra surpresa imensa,

A ingrata recompensa

Da rejeição de sua classe.

Enquanto predominarem

Tais idéias dominantes

Haverá sempre caverna

Com escravos alienantes.

Haverão, sim, panacéias

Pra rejeição de idéias

Das massas ignorantes.

No entanto, a real mudança

É um continuado processo,

Está sempre em evolução

Pelas mentes do universo.

Pode até custar mil anos

Mas, estes virão ufanos

Consolidando o sucesso.

E não é muito demorado

Para um planeta emergente.

O que é, pois, um milênio

Para quem terá na frente

Muitos milhões e bilhões

De anos, com os tecelões

Na mudança permanente!?

Os séculos parecem longos

Para nós seres humanos,

Mas, para o ser planetário

Que o tempo faz veterano

São como apressados passos

Vencendo todos percalços,

Efetivando seus planos.

Um dia, todas cavernas

Haverão de sucumbir,

Um estágio de igualdade,

Inevitável, há de vir...

Indo, eterno, a humanidade

Soerguer, com liberdade,

A bandeira do porvir!

Letra da música “Até Quando”, Gabriel o Pensador

Não adianta olhar pro céu, com muita fé e pouca luta

Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve, você pode, você deve, pode crer

Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver

Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer

Até quando você vai ficar usando rédea?

Rindo da própria tragédia?

Até quando você vai ficar usando rédea? (Pobre, rico, ou classe média).

Até quando você vai levar cascudo mudo?

Muda, muda essa postura

Até quando você vai ficando mudo?

Muda que o medo é um modo de fazer censura.

Até quando você vai levando?

(Porrada! Porrada!)

Até quando vai ficar sem fazer nada?

Até quando você vai levando?

(Porrada! Porrada!)

Até quando vai ser saco de pancada?

Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente, seu filho sem escola, seu velho tá sem dente

Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante, você tá sem emprego e a sua filha tá gestante

Você se faz de surdo, não vê que é absurdo, você que é inocente foi preso em flagrante!

É tudo flagrante! É tudo flagrante!

Refrão

A polícia matou o estudante, falou que era bandido, chamou de traficante.

A justiça prendeu o pé-rapado, soltou o deputado... e absolveu os Pms de vigário!

Refrão

A polícia só existe pra manter você na lei, lei do silêncio, lei do mais fraco: ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco.

A programação existe pra manter você na frente, na frente da Tv, que é pra te entreter, que é pra você não ver que o programado é você.

Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar.

O cara me pede o diploma, não tenho diploma, não pude estudar.

E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar

Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá.

Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar.

Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar.

Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu fico no mesmo lugar?

Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar.

Escola, esmola!

Favela, cadeia!

Sem terra, enterra!

Sem renda, se renda!

Não! Não!!

Refrão

Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente.

A gente muda o mundo na mudança da mente.

E quando a mente muda a gente anda pra frente.

E quando a gente manda ninguém manda na gente.

Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura.

Na mudança de postura a gente fica mais seguro, na mudança do presente a gente molda o futuro!

Até quando você vai levando porrada, até quando vai ficar sem fazer nada?

Até quando você vai ficar de saco de pancada?

Até quando você vai levando?

Plano 03

“Lógica” Banda Jota Quest

Exagero de vida

Exagero de amor

Exagero de ego

Exagero da falta

Falta de vida, de amor, de valor.

Falta de graça e de grana

Falta dos irmãos.

A vida é dura é injusta

A vida é crua e assusta

A vida é jogo e é luta

A vida é fogo e é cruz

A vida passa

A vida é pouco.

A vida é sua

A vida é pouco a pouco...

Entre a vida e a morte

Onde esta a lógica?

Entre a guerra e a paz

O amor não tem lógica

Amor por tudo

Amor profundo

Um amor maior que o mundo

Amor sem paz

Amor que dói demais

Amor de mãe e pai

Entre a vida e a morte

Onde está a lógica?

entre a guerra e a paz

O amor não tem lógica

O que é Lógica

Lógica é uma parte da filosofia que estuda o fundamento, a estrutura e as expressões humanas do conhecimento.

A lógica foi criada por Aristóteles no século IV a.C. para estudar o pensamento humano e distinguir interferências e argumentos certos e errados.

Aristóteles estabeleceu um conjunto de regras rígidas para que conclusões pudessem ser aceitas como logicamente válidas: o emprego da lógica leva a uma linha de raciocínio baseado em premissas e conclusões.

Por exemplo: se for observado que "todo ser vivo é mortal" (premissa 1), a seguir é constatado que "João é um ser vivo" (premissa 2), como conclusão temos que "João é mortal".

Desde então, a lógica Ocidental, assim chamada, tem sido binária, isto é, uma declaração é falsa ou verdadeira, não podendo ser ao mesmo tempo parcialmente verdadeira e parcialmente falsa. Esta suposição e as leis da identidade (A é A), da não contradição (A não é B), e do terceiro excluído (A é A e não pode ser B) cobrem todas as possibilidades e formam a base do pensamento lógico Ocidental.

A Lógica ao mesmo tempo em que define as leis ideais do pensamento, estabelece as regras do pensamento correto, cujo conjunto constitui uma arte de pensar. E como o raciocínio é a operação intelectual que implica todas as outras operações do espírito, define-se muitas vezes a lógica como a ciência do raciocínio correto. A Lógica é então necessária para tornar o espírito mais penetrante e para ajudá-lo a justificar suas operações recorrendo aos princípios que fundam a sua legitimidade. Em outras palavras, lógica é arte que nos faz proceder, com ordem, facilmente e sem erro, no ato próprio da razão.

Ontologia

Ao afirmar a necessidade de uma ciência que estudasse o ser enquanto ser, voltada para os primeiros princípios e as causas mais elevadas, Aristóteles distinguiu-a como filosofia primeira e deu, assim, o primeiro passo para o advento da reflexão ontológica, dois mil anos antes da entrada do termo "ontologia" no vocabulário filosófico.

Ontologia (do grego ontos, "ser", "ente"; e logos, "saber", "doutrina") é, em sentido estrito, o "estudo do ser" e, desse modo, pode equivaler à metafísica. Uma vez que esta, com o tempo, passou a incluir outros tipos de pesquisa e reflexão (cosmológicos e psicológicos por exemplo), desde o século XVII, e sobretudo na filosofia moderna, o termo ontologia passou a designar o estudo do ser enquanto tal.

Para Aristóteles, além das diversas ciências, que se interessam por partes do ser, isto é, que atentam para determinados aspectos da existência, na observação do mundo concreto e de suas circunstâncias contingentes e mutáveis, deveria haver uma abordagem do ser enquanto ser, isto é, do ser em geral, independentemente das situações em que as coisas ou seres particulares se apresentam. Essa filosofia primeira, que os filósofos de início chamaram "metafísica", constituiria, segundo Aristóteles, um saber universal, pois se interessaria pelas primeiras causas e princípios de tudo o que existe, ou por aquilo em que tudo pode adquirir existência.

Há duas maneiras possíveis de entender a ontologia, ou seja, dois aspectos segundo os quais se pode estudar o ser. O primeiro é o aspecto dito "existencial": a ontologia, nesse caso, consiste em um saber sobre aquilo que é fundamental ou irredutível, comum a todos os entes singulares. Em outros termos, seria a ciência de um ente primeiro ou primordial em que todos os demais se sintetizam.

A segunda maneira de conceber a investigação ontológica refere-se ao aspecto "essencial" do ser e estabelece como meta a determinação daquelas leis, estruturas ou causas do ser em si. Alguns filósofos preferem separar a metafísica, identificada com a ontologia de tipo "existencial", de uma ontologia propriamente dita, definida como teoria formal dos objetos. Outros se opõem a essa divisão e defendem a unidade filosófica no estudo do ser.

História

Como disciplina especial da filosofia, a ontologia foi cultivada desde o século XVIII por autores da tradição escolástica e de outras tendências. O filósofo racionalista alemão Christian Wolff, graças a quem o termo ontologia ganhou projeção, diferenciou-a das demais ciências particulares, atribuindo-lhe caráter dedutivo abstrato e estruturando-a mediante a análise de conceitos como ser, possibilidade e realidade, quantidade e qualidade, causa e efeito etc.

Tendência oposta à de Wolff manifesta-se nas doutrinas materialistas de Spinoza, dos empiristas ingleses Hobbes e Locke e dos materialistas franceses do século XVIII. Para esses pensadores, o conhecimento dos conteúdos objetivos e concretos (por oposição ao aspecto formal e abstrato, metafísico), propiciado pelas ciências experimentais, abalava a idéia de ontologia como filosofia primeira ou disciplina filosófica superior.

Na Alemanha, Kant, o grande sucessor de Wolff, refutou a chamada "prova ontológica" da existência necessária de Deus (proposta na Idade Média por santo Anselmo e defendida, com alterações, por Descartes), e combateu, assim, a ontologia como sistema dedutivo. De modo geral, a crítica formulada pelos representantes do idealismo clássico alemão (principalmente Kant e Hegel) apresentava a ontologia com um caráter duplo: de um lado, era declarada vazia de conteúdo e tautológica; de outro, reconhecia-se a necessidade de uma disciplina filosófica fundamental, que representasse, de modo mais aperfeiçoado, aquilo a que a ontologia se propusera. Assim, sustentava-se a substituição da ontologia pela filosofia transcendental (Kant) ou pela lógica (Hegel).

Desde o fim do século XIX, em conseqüência da reação ao avanço das correntes idealistas subjetivas, foram elaboradas tentativas de fundamentar uma nova ontologia sobre bases idealistas objetivas. Tornaram-se significativas, nesse sentido, a ontologia transcendental, de Edmund Husserl; a ontologia crítica, de Nicolai Hartmann; e a ontologia fundamental, de Martin Heidegger.

Husserl postulou uma filosofia independente das ciências naturais e de qualquer recurso à psicologia, referida a outro tipo de objeto ou de realidade: as essências, ou "unidades ideais de significação". Como ciência das essências, a ontologia poderia ser de dois tipos: formal, que constituiria o fundamento de todas as ciências, e se interessaria pelas essências que apresentam correspondência com todas as outras essências; ou material, que consiste num conjunto de ontologias "setoriais", e constitui o fundamento das ciências dos fatos, baseada na ontologia formal (pois todo fato participa de alguma essência).

Para Hartmann, a "ontologia analítica e crítica" era distinta da ontologia dos escolásticos e racionalistas, que pretendiam chegar à existência (ou seja, a uma "lógica dos entes") a partir da construção de um saber sobre as essências. Hartmann preferia ver na ontologia não a tentativa de resolver todos os problemas, mas o reconhecimento daquilo que é metafisicamente insolúvel. Assim, procedia por uma reflexão não apriorística sobre todos os aspectos do real, com categorias obtidas de diversos tipos de experiência (científica, cotidiana etc.). Examinava os "momentos" do ser (existência e essência), suas "maneiras" (realidade e idealidade) e "modos" (possibilidade, realidade, causalidade, necessidade).

A "ontologia fundamental" proposta por Heidegger foi concebida como uma "metafísica da existência". Não se tratava, porém, de uma ontologia abstrata (sistema de categorias), nem de uma teoria sobre os objetos: Heidegger quis evitar as idéias filosóficas correntes sobre o ser, bem como as concepções prévias sobre o ser em geral. É preciso, segundo ele, destruir a ontologia tal como foi tradicionalmente entendida e buscar (por meio da fenomenologia por ele proposta) uma compreensão da existência fundada na finitude e que permita o acesso à realidade do ser.

Para Marx e Engels

Me diz porque que o céu já não é mais azul

Me faz sentir a poesia da vida diante o abismo

Daqueles que exploram

Dos que são explorado

Do erro de quem mente

Do erro de quem acredita

E vejo tanto o errado mas me disfarço e não faço

Me fale tanto sobre sua fé

De quando ainda alimentam os filhos com pouco

Tamanha inovação, negação

E falharmos ao fim das coisas

Ao fim

Das coisas

E vejo tanto o errado mas me disfarço e não faço.

Plano 04

Geni e o Zepelim (Chico Buarque)

De tudo que é nego torto

Do mangue e do cais do porto

Ela já foi namorada

O seu corpo é dos errantes

Dos cegos, dos retirantes

É de quem não tem mais nada

Dá-se assim desde menina

Na garagem, na cantina

Atrás do tanque, no mato

É a rainha dos detentos

Das loucas, dos lazarentos

Dos moleques do internato

E também vai amiúde

Com os velhinhos sem saúde

E as viúvas sem porvir

Ela é um poço de bondade

E é por isso que a cidade

Vive sempre a repetir

Joga pedra na Geni!

Joga pedra na Geni!

Ela é feita pra apanhar!

Ela é boa de cuspir!

Ela dá pra qualquer um!

Maldita Geni!

Um dia surgiu, brilhante

Entre as nuvens, flutuante

Um enorme zepelim

Pairou sobre os edifícios

Abriu dois mil orifícios

Com dois mil canhões assim

A cidade apavorada

Se quedou paralisada

Pronta pra virar geleia

Mas do zepelim gigante

Desceu o seu comandante

Dizendo: "Mudei de ideia!"

Quando vi nesta cidade

Tanto horror e iniquidade

Resolvi tudo explodir

Mas posso evitar o drama

Se aquela formosa dama

Esta noite me servir

Essa dama era Geni!

Mas não pode ser Geni!

Ela é feita pra apanhar

Ela é boa de cuspir

Ela dá pra qualquer um

Maldita Geni!

Mas de fato, logo ela

Tão coitada e tão singela

Cativara o forasteiro

O guerreiro tão vistoso

Tão temido e poderoso

Era dela, prisioneiro

Acontece que a donzela

(E isso era segredo dela)

Também tinha seus caprichos

E ao deitar com homem tão nobre

Tão cheirando a brilho e a cobre

Preferia amar com os bichos

Ao ouvir tal heresia

A cidade em romaria

Foi beijar a sua mão

O prefeito de joelhos

O bispo de olhos vermelhos

E o banqueiro com um milhão

Vai com ele, vai, Geni!

Vai com ele, vai, Geni!

Você pode nos salvar

Você vai nos redimir

Você dá pra qualquer um

Bendita Geni!

Foram tantos os pedidos

Tão sinceros, tão sentidos

Que ela dominou seu asco

Nessa noite lancinante

Entregou-se a tal amante

Como quem dá-se ao carrasco

Ele fez tanta sujeira

Lambuzou-se a noite inteira

Até ficar saciado

E nem bem amanhecia

Partiu numa nuvem fria

Com seu zepelim prateado

Num suspiro aliviado

Ela se virou de lado

E tentou até sorrir

Mas logo raiou o dia

E a cidade em cantoria

Não deixou ela dormir

Joga pedra na Geni!

Joga bosta na Geni!

Ela é feita pra apanhar!

Ela é boa de cuspir!

Ela dá pra qualquer um!

Maldita Geni!

Joga pedra na Geni!

Joga bosta na Geni!

Ela é feita pra apanhar!

Ela é boa de cuspir!

Ela dá pra qualquer um!

Maldita Geni!

Plano de aula 05

A Ciência e A Religião

Mumuzinho

Primeira boa invenção? a roda

O homem evoluiu com fogo

Qual é a fonte da vida? A água

Qual é o formato da terra? Um globo

A luz da noite é a luz da lua

Quem conta as horas do dia? É o tempo

Quem é que faz o país? É o povo

E o mundo todo é um espaço em movimento

A ciência e a religião tem uma visão diferente

O que vale é o coração da gente

A ciência e a religião defende seus interesses

Uns explicam matemática

Outros rezam pelos deuses

Se a ciência é exata

A fé remove montanhas

Se a ciência é exata

A fé remove montanhas

Faça suas contas

Que o padre me fala qual é

Qual é a formula do amor qual é?

Qual é a crença da nossa ciência qual é?

Qual é conta capaz de explicar o meu axé?

Qual é a formula do amor qual é?

Qual é a crença da nossa ciência qual é?

Qual é conta capaz de explicar o meu axé?

Eu quero ver o invisível

Eu quero ver o invisível

Eu quero ver o invisível

Eu quero ver

Quero ver, quero ter, quero ver

Quero ver, quero ver, quero ter

Eu quero ver o invisível

Eu quero ver

Primeira boa invenção? a roda

O homem evoluiu com fogo

Qual é a fonte da vida? A água

Qual é o formato da terra? Um globo

A luz da noite é a luz da lua

Quem conta as horas do dia? É o tempo

Quem é que faz o país? É o povo

E o mundo todo é um espaço em movimento

A ciência e a religião tem uma visão diferente

O que vale é o coração da gente

A ciência e a religião defendem seus interesses

Uns explicam matemática

Outros rezam pelos deuses

Se a ciência é exata

A fé remove montanhas

Se a ciência é exata

A fé remove montanhas

Faça suas contas

Que o padre me fala qual é

Qual é a formula do amor qual é?

Qual é a crença da nossa ciência qual é?

Qual é conta capaz de explicar o meu axé?

Qual é a formula do amor qual é? (qual é, qual é?)

Qual é a crença da nossa ciência qual é?

Qual é conta capaz de explicar o meu axé?

Eu quero ver o invisível

Eu quero ver o invisível

Eu quero ver o invisível

Eu quero ver

Quero ver, quero ter, quero ver

Quero ver, quero ver, quero ter

Eu quero ver o invisível

Eu quero ver

Manoel R
Enviado por Manoel R em 22/02/2017
Reeditado em 20/03/2018
Código do texto: T5920631
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