Somos todos artistas

A política é a arte que fundamentalmente se utiliza da retórica para a mentira ou enganação. Internacional, regional, etc. Quando se fala, por exemplo, em processos de paz, isso pode significar meios de se adquirir a paz que esteja de acordo com os objetivos de quem fala nesses processos, não significando necessariamente processos que almejem a paz num sentido amplo.

A paz no Oriente Médio pode ser entendida nesse contexto. Ela é bem-vinda e está nos planos dos que continuarão com a exploração dos campos petrolíferos na área, dos que continuarão promovendo assentamentos de colônias em territórios ocupados ou que não lhes pertencem, e outras prerrogativas dos que detém o poder na região. Sem isso os processos de paz não terão sentido algum.

Em termos mais regionais, se tivesse acontecido 3% de tudo que nossos políticos nos prometeram ao longo dos últimos 30 anos, certamente teríamos alcançado um nível de desenvolvimento capaz de deixar bem preocupadas as nações mais industrializadas. Que, aliás, não é isso o que elas desejam, ou seja, constatar o desenvolvimento de povos sobre os quais tenham influência ou dominem.

Por outro lado, aqui no país não há uma delação premiada que não tenha sido absurda, infundada, ultrajante e irresponsável, segundo os acusados. Devem ter existido centenas ou mais. Será que nenhuma delas faz sentido? Quando todos, efetivamente todos os políticos acusados de atos ilícitos negam peremptoriamente tais acusações, podemos ter a certeza de que a maior parte delas é verdadeira.

Rio, 20/02/2017

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 21/02/2017
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