PESSOAS INVIÁVEIS

Se levarmos ao pé da letra essa máxima de aceitar o outro, seja ele quem for, como ele é, teremos que aceitar criminosos, molestadores e afins, e ainda estender nossos discursos hipócritas, para justificativas como: "Tudo bem; ele mata, rouba, estupra, se corrompe ou é pedófilo, mas é seu jeito de ser; vamos procurar entendê-lo e aceitá-lo assim; exatamente como é.".

Mesmo não criminosos, propriamente, há indivíduos próximos que nos causam danos e mal estar, com práticas abusivas, antiéticas, mal intencionadas e perniciosas, protegidos pela fama de fracos da mente, bobinhos, ingênuos e até puros. Tudo ainda se agrava, quando tais indivíduos têm a bênção e o patrocínio de quem os acolhe como forma de sacerdócio, depois vê que não dá conta sozinho e decide, sem consultar a ninguém, que o sacerdócio é de todo mundo.

Acho perfeitamente viável que aceitemos como é, uma pessoa rabugenta ou mal humorada; desaforada ou intempestiva; esnobe ou afetada; libertária ou liberal, até libertina, mas em todos os casos, com senso de ética e limite... com critério sobre onde, quando, até quando e com quem. Defeitos, não há quem não tenha, o que não somos obrigados a aceitar, se não é de nosso arbítrio exclusivo, são aqueles comportamentos que denotam malícia; intenção escusa; má índole; dissimulação.

Jamais discrimino ou condeno alguém por sua orientação sexual, cultura, classe social, religião, escolaridade, origem, etnia... mas trago profundo preconceito contra os criminosos e os indivíduos que de loucos, bobinhos, bobões, ingênuos ou puros não tem nada, e justamente por isso, convencem a tantos desavisados. Não tenho piedade alguma dessas pessoas; tenho, sim, desses desavisados que se apiedam delas.

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 20/02/2017
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