E aí, vai um milagre?

“Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes porem foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o filho de Deus, e para que crendo tenhais vida em seu nome.” João 20.30-31

O comércio da fé, desde sempre teve como moeda a ignorância dos fiéis. Mas como assim desde sempre? Pode ser que você pergunte. A resposta é bem simples, pois hoje quando ligamos a TV, conseguimos ver abertamente líderes religiosos comercializando bênçãos “espirituais”, que não passam de ilusões materiais. Contudo, desde os escândalos das indulgências, escândalos estes denunciados no período da Reforma Protestante do século XVI, percebe-se que já havia explicitamente um intenso comércio com a venda não só de milagres, mas também de salvação, e que também contava com a extrema ignorância dos fiéis.

Nossa atenção portanto, segundo o texto que lemos do evangelista João, não deve em primeira mão ser de questionar a veracidade ou não dos modernos milagres que estão sendo comercializados, nem muito menos atacar a ignorância dos fiéis, mas sim nos deter no propósito final dos milagres, que na Bíblia são comumente chamados de sinais, o que por si resumem o sentido de terem acontecido, isto é: os milagres descritos na Bíblia eram sinais que apontavam Jesus de Nazaré como sendo o Cristo que havia de vir, o filho de Deus prometido e anunciado pelo profetas.

Portanto, nossa ignorância muita das vezes gira em torno das discussões superficiais de querer provar ou não se os milagres são verdadeiros; quando na verdade deveria ser: se você crê que Jesus é o Messias, nosso Senhor e Salvador, você foi então contemplado com o maior milagre que pode existir, o milagre da salvação.

Poderíamos resumir esta questão da seguinte maneira, pois quando se pensa em milagres, a ideia que vem a nossas mente sempre é a de um cego que volta a enxergar; um paralítico que volta a andar; um mudo que volta a falar, e por aí vai. Não podemos deixar de glorificar a Deus por isso, contudo quando somos salvos por Cristo Jesus, há uma operação não somente física, restrita a este ou àquele membro com deficiência, antes, acontece neste momento o milagre da ressurreição, pois a Bíblia é enfática ao dizer que “estávamos mortos”, e agora temos vida. ( Efésios 2.1)

Neste ano, comemoramos os 500 anos da Reforma Protestante; faz-se necessário portanto, atentarmos ao que a Bíblia diz como palavra de Deus, e assim não nos tornarmos alheios ao que Deus tem nos falado, pois ele próprio, por intermédio do profeta Oseias, disse que “seu povo estava sendo destruído por lhes faltar o conhecimento”( Os 4.6).

Concluindo, não poderíamos deixar de citar o que Calvino disse sobre este assunto quando escreveu em sua carta ao rei Francisco I da França dizendo:

“Quando, pois, ouvimos que eles (milagres) constituem marcas do evangelho, porventura os converteremos em destruição da autoridade do evangelho? Quando ouvimos que foram destinados simplesmente à autenticação da verdade, porventura os acomodaremos à confirmação de mentiras? Portanto, é conveniente examinar e investigar, em primeiro lugar, a doutrina, a qual o evangelista diz ter precedência sobre os milagres; doutrina que, se for aprovada, só então deve, por fim, de direito, receber a confirmação dos milagres" ( As institutas da religião. Volume I)

Que o milagre em nossas vidas seja crer em Jesus como o Cristo que havia de vir, e crendo nEle, tenhamos vida em seu nome.

Em Cristo Jesus, amém.

Marcelo Junio.

Marcelo Junio Silva
Enviado por Marcelo Junio Silva em 18/01/2017
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