AVALIAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL II DE MATEMÁTICA

RESUMO: No Processo de ensino aprendizagem, a avaliação é um instrumento que oferece condições para a construção do conhecimento, ajudando o aluno a pensar, a fazer e a criar. A avaliação não deve ser utilizada como fim de um processo pronto e acabado na Matemática, e sim, deve servir como oportunidade para a aprendizagem do aluno em sala de aula. Respeitar o discente no seu processo de aprendizagem significa conhecer seus saberes com os conceitos que serão apresentados para que seja feita uma avaliação em cima do que ele compreendeu. Assim, o presente trabalho é apresentado com o objetivo de realizar uma reflexão sobre a forma de avaliar os alunos no ensino fundamental II, na disciplina de Matemática no contexto escolar, realizando uma pesquisa bibliográfica, buscando entender a concepção dos profissionais dessa disciplina e quais instrumentos de avaliação utilizam. O estudo está pautado em autores como Hoffmann, Marconi, Santos, Luckesi, Machado entre outros. Sugerimos que os professores possam se apropriar de novos conceitos quanto à questão do processo avaliativo e metodológico.

Palavras-chave: Avaliação. Aprendizagem. Matemática.

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1 Doutorando em Ciências da Educação pela Universidad Columbia Del Paraguay; Mestre em Ciências da Educação; Pós Graduado em Informática e Comunicação na Educação pela Universidade Candido Mendes; Graduado em Licenciatura em Matemática Pela Universidade de Pernambuco: doriedson_02@hotmail.com.

2 Doutoranda em Ciências da Educação pela Universidad Columbia Del Paraguay; Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Iberoamericana Py; Especialista em Didática e Coordenação Pedagógica; Graduada em Pedagogia e Filosofia, :marilza.ramalho.mr@gmail.com.

3 Doutoranda em Ciências da Educação pela Universidad Columbia Del Paraguay e Mestre em Ciências da Educação: dionisiodi@bol.com.br.

4 Doutoranda em Ciências da Educação pela Universidad Columbia Del Paraguay e Mestre em Estudos Interdiscilinares sobre a Universidade, UFBA: taianinismo@bol.com.br.

5 Dra. em Ciências da Educação pela Universidad Auttónoma de Asunción – UAA, PY. Posdoutoranda em Diireito pela Universidad Social Del Museo Argentino-UNSA, Buenos Aires-Argentina. Orientadora e Profa. da disciplina Educação continuada e Educação Docente pela Universidad Columbia Del Paraguay.

1 INTRODUÇÃO

No processo de ensino e de aprendizagem, as primeiras ideias sobre avaliação surgiram vinculadas ao conceito de medida. Hoje, cada vez mais, faz-se sentir a necessidade de reflexão e refinamentos em seus conceitos e técnicas utilizadas. Neste sentido, no sistema educativo, o pensamento e as práticas de avaliação misturaram-se com os diferentes objetivos; e com as diferentes concepções de ensino e de aprendizagem vinculadas às teorias educacionais.

No que tange a disciplina de Matemática, essa sempre esteve presente na vida do homem, desde os tempos mais remotos em que o homem vivia da caça e da pesca; e que já utilizava a Matemática, mesmo que de maneira intuitiva. A mesma vem sendo inclusa ao longo do caminho da humanidade, interagindo com as transformações que ocorreram e que continuam a ocorrer na sociedade e no próprio homem.

As potencialidades de conhecimentos matemáticos devem ser exploradas de forma mais ampla e possível, haja vista que é importante afirmar que o avaliar é uma das questões que estão presentes no cotidiano escolar. Observa-se que nos últimos anos ocorreram diversas mudanças nas orientações Metodológicas da Matemática, que trouxeram desafios para o processo educativo, principalmente, na avaliação. Nota-se dificuldades por parte de alguns docentes em determinar a estratégia de ensino e aprendizagem.

Partindo do problema de investigação: até que ponto o processo avaliativo é um desafio para os professores do fundamental II na disciplina de Matemática? Tendo como a objetividade de discutir a avaliação na disciplina de Matemática, observando seus desafios, destacando que ao tratarmos de avaliação sabe-se que são inúmeras maneiras de concebê-las. Ademais, buscou-se à compreensão da avaliação definindo as dificuldades de aprendizagem dos alunos, bem como avaliar possíveis mudanças na prática pedagógica para que aconteça a aprendizagem dos alunos , inclusive o refletir sobre o papel do professor perante a avaliação.

A pesquisa bibliográfica, dedutiva,consiste em uma abordagem de cunho qualitativa e descritiva.

2 CONCEITO DE AVALIAÇÃO

A avaliação da aprendizagem no Brasil reflete uma tendência liberal conservadora oriunda da época da ascensão da burguesia ao poder, em 1780, quando a mesma derruba o regime feudalista eclodindo ao chamada Revolução Francesa, levantando a bandeira da liberdade e a igualdade entre as pessoas.

Entende-se que a sociedade atual foi se delineando historicamente a partir de um novo modelo social implantado pela burguesia e, consequentemente, a avaliação educacional foi contextualizada segundo os critérios do novo regime. Desde então, Vasconcelos (1995, p. 27) “mais do que capacitar tecnicamente as classes populares para o trabalho, a grande finalidade da escola foi a de disciplinadora, ajudando a preparar o sujeito para a ordem, ritmo, o controlo, a hierarquia, o trabalho para o outro”.

A avaliação vem se modificando ao longo dos tempos, apesar do caráter de reter ou classificar o aluno que ainda hoje evidencia nas nossas práticas educacionais. Para Blaya (2004), a escola historicamente adotou a versão somativa de avaliação. A avaliação somativa, como o próprio nome indica, tem como objetivo representar um sumário, uma apresentação concentrada de resultados obtidos numa situação educativa, pretende-se traduzir de forma quantificada. Essa avaliação tem importância em momentos específicos ao longo de um curso, como por exemplo, no final de um ano letivo. (BLAYA, 2004).

Antes, o conhecimento do professor era necessário para que o aluno pudesse ser avaliado e dessa forma prosseguir com seus estudos. Hoje, o papel do professor é de mediador, articulador do processo pedagógico. Constitui-se como uma atividade processual e orientadora. É necessário que o educador tenha clareza dos instrumentos avaliativos e vejam suas vantagens e seus limites.

Segundo Haidt (1999, p. 63) “a escolha dos procedimentos utilizados no processo avaliativo dependente dos objetivos propostos para o ensino-aprendizagem, da natureza dos componentes curriculares e dos conteúdos abordados e também do nível da classe”.

A principal função da avaliação é fazer com que as pessoas direta ou indiretamente envolvidas em uma ação educacional escrevam a sua própria história e gerem alternativas de ação. É importante saber escolher adequadamente os procedimentos coerentes para as práticas avaliativas na Matemática, colocando em evidência as vantagens e desvantagens de cada procedimento avaliativo para que os alunos tenham consciência de suas ações enquanto educandos.

Segundo Vasconcelos (1995, p. 23) “a avaliação é um processo abrangente da existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar os avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos”.Para Luckesi (2001, p. 33) “a avaliação é um julgamento de valores sobre as manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão”.

Partindo dessa premissa, o ato de avaliar nas escolas constitui um elemento de aprovação ou reprovação de determinadas ações ou comportamentos de alguns professores. Assim, a prática da avaliação no decorrer dos anos foi desvirtuada do seu verdadeiro sentido, sendo utilizada como instrumento de coerção e controle social, ao invés de recursos didático-metodológico de reflexão à análise da prática pedagógica. A forma de encarar a avaliação reflete a atitude do professor em sua interação com a classe, bem como suas relações com o aluno (HAIDT,1999).

Na perspectiva de que a avaliação possa ajudar o aluno a progredir, Haidt (1999, p. 288 -289) expõe alguns princípios básicos que norteia esse processo contínuo e sistemático: a avaliação é functional porque se realiza em função dos objetivos previstos; a avaliação é orientadora porque indica os avanços e dificuldades dos alunos e a avaliação é integral, pois considera o aluno como um ser total e integrado e não de forma compartilhada.

3 AVALIAÇÃO DA MATEMÁTICA NO CONTEXTO ESCOLAR

Ao analisar a luz da pedagogia o modelo atual da avaliação escolar, principalmente na área Matemática praticado nas escolas, percebe-se então que tudo continua praticamente igual, desde a época da ascensão da burguesia. A escola continua a serviço da classe dominante, atuando como mecanismo de controle e seleção social.

A Matemática comporta um amplo campo de relações, regularidades e coerências que despertam a curiosidade de instigar a capacidade de generalizar, projetar, prever e abstrair, favorecendo a estruturação do pensamento e o desenvolvimento do raciocínio lógico. Ela faz parte da vida de todos, nas experiências mais simples, como o contar, comprar e operar sobre quantidades, exemplo, agricultura e pesca.

O professor de Matemática ao avaliar os alunos continua reproduzindo no contexto atual tipos de avaliações exclusivamente excludentes, apesar de existir diversas abordagens avaliativas modernas, alguns professores preferem continuar com os modos tradicionais. Segundo Hoffmann (2001), o ato de avaliar tem basicamente três passos: conhecer o nível de desempenho do aluno em forma de constatação da realidade; comparar essa informação com aquilo que é considerado importante no processo educativo (qualificação); tomar decisões que possibilitem atingir resultados esperados.

A prática educativa nos dias atuais vem perdendo sua característica discriminatória e classificatória, e aos poucos ganhando campo no processo avaliativo diagnóstico. Vários educadores do ramo da Matemática estão preocupados com o crescimento intelectual dos alunos e a sociabilização de saberes, por isso tem se apropriado da avaliação com o objetivo de obter informações sobre o desempenho dos estudantes.

Diante da concepção de muitos professores de Matemática sobre princípio de avaliar, percebe-se que este é um dos maiores problemas da educação brasileira. Hoje, a avaliação da aprendizagem tem sido a principal causa dos problemas da evasão e reprovação escola, principalmente na Matemática. Diante destes aspectos, analisa-se que a teoria-prática da avaliação, no contexto escolar, necessita mudar e buscar novas alternativas para o processo avaliativo da Matemática, uma vez que é a que mais reprova e exclui os alunos do cotidiano escolar.

As novas concepções de mudanças de avaliação na escola estão dentro de uma linha de princípios pedagógicos, para tal, faz-se necessário eliminar as comparações entre os alunos, pois o professor não pode avaliá-los por igualdade, até porque cada indivíduo tem um desenvolvimento intelectual diferenciado que depende do meio social e das relações interpessoais em que vive.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do exposto foi registrado que os professores de Matemática precisam se conectar com as novas mudanças metodológicas e mudarem sua visão de mundo no que se refere ao ensino da Matemática no Ensino Fundamental II. Portanto, esperou-se que o ensino-aprendizagem pudesse contribuir de forma relevante, para a formação cultural, social e intelectual dos alunos no Ensino Fundamental II na disciplina de Matemática e a avaliação um caminho para tanto.

Assim, sugere-se que os professores possam se apropriar de novos conceitos quanto à questão do processo avaliativo e metodológico da seguinte forma: diagnosticar o aluno como todo, atividades somatórias, trabalhos de forma prática em sala, trabalhos para casa, perguntas orais e escritas e, sobre tudo, valorizar a participação e criatividade dos alunos na sala de aula, priorizando a cidadania e a inclusão social no processo ensino aprendizagem.

REFERÊNCIAS

BLAYA, C. – Processo de Avaliação – Disponível em http// www.ufrgs.br/tramse/med/textos/2004_07_20_tex.htm. Acesso em 07/04/2012.

BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de educação Média e Tecnologia. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília: MEC / SEM, 1999.

HAIDT, R. C. C. Curso de didática geral: Série educação. 6ª ed. São Paulo: Ed. Ática, 1999.

HOFFMANN, J. Avaliar para promover. 6 ed.– Porto Alegre – RS: Mediação – 2001.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 4ª ed. São Paulo: Abrasco, 1996.

LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo, Cortez, 2001.

VASCONCELOS, C. S. Avaliação: concepção dialética libertadora do processo avaliação escolar. São Paulo, Libertad, 1995.

Doriedson Lourenço
Enviado por Doriedson Lourenço em 18/01/2017
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