A engrenagem pais e filhos!

As constantes mudanças no mundo virtual exigem pais atualizados e dispostos a aprender com os filhos. Aprender a usar os inúmeros recursos midiáticos que surgem a cada momento bem como aprender a aceitar os valores trazidos por tais mudanças. Isso sugere que aquele aprendizado de ontem que foi tão eficaz na sua educação, já não encontra espaço para ser aplicado na atual educação do seu filho, pois está obsoleto.

Da mesma forma, o medo de acontecer algo de ruim aos filhos só porque eles estão fora de casa, já não tem mais cabimento, porque atualmente o medo existe dentro dos lares, assim que a internet passou a fazer parte da vida de todos. Aí surgem os questionamentos seguidos da “certeza” de que ela é a responsável pelas práticas de cyberbullying.

Acreditar nessa possibilidade é a meu ver, querer responsabilizar uma máquina por problemas sociais construídos por nós, seres humanos, basta lembrar que o fato da internet oferecer inúmeros serviços, possibilidades e soluções não nós dá o direito de usá-los de maneira a ofender ou maltratar o outro.

Os adolescentes que praticam cyberbullying geralmente são carentes de afeto, de alguém mais próximo a quem possam confiar suas dúvidas e dificuldades, conhecem pouco ou quase nada da vida, pensam que são donos da verdade, mas ainda não possuem maturidade para entenderem os problemas diários que ocorrem no mundo. Melhor dizendo, lutam para "pertencer" a um mundo que ainda encontra-se em construção. Tudo bem, que são “azes” quando o assunto é redes sociais, mídias eletrônicas e internet, ou seja, o mundo digital, mundo este que é não só parte, mas a sua vida.

Os pais devem acompanhar a vivência dos filhos, estando ao lado e fazendo parte de seu mundo, na medida do possível, é claro, pois entrar no mundo desses adolescentes constitui tarefa árdua, devido a capacidade que possuem de gostar e dominar o uso das mídias eletrônicas. Atitudes justificadas, pois atualmente as crianças já entram na pré-adolescência conhecendo e interagindo com o mundo digital e conseguem dar mil voltas eletrônicas nos adultos. Isso indica que os pais facilitaram essa aproximação, pois uma criança não possui recursos para adquirir uma mídia e nem poderia usá-la sem acompanhamento de um responsável.

Independente de gostar ou não da internet e seus recursos, faz-se necessário que os pais procurem saber o que o filho pretende com suas mídias eletrônicas e o que tanto pesquisa na internet. Uma boa dica para facilitar essa aproximação é pedir ajuda: para uma nova configuração, atualização ou pergunte das novidades do mundo virtual. Outro ponto é tentar conhecer seus “amigos virtuais” e quais os assuntos mais discutidos entre eles. São atitudes que ajudam no convívio e facilitam a aproximação pais e filhos.

Sônia Maria dos Santos Araújo – Ms. em Educação

O RESPEITAR FAZ BEM!