Um patrão diferente!

Nos últimos tempos vimos surgir um novo tipo de subordinação. Bastante diferente daquela subordinação trabalhista já conhecida, na qual os empregados se sujeitavam às ordens de um patrão, representado por uma pessoa física ou jurídica; bem diferente quando os mais novos eram subordinados aos mais velhos ou mesmo da subordinação pais e filho. Mas uma subordinação na qual o patrão é uma mídia eletrônica chamada celular e que tem sido o gerente, o que manda, o entendido, o dono, o patrão e por isso dirige a vida de muitos de nós.

Sem dúvida que ele tornou-se um grande aliado e nos auxilia nos negócios, interação, aprendizagem, lazer e outros quesitos. E com isso ele pode facilitar nossa vida, mas também pode dificultar, tudo irá depender da forma de seu uso. A partir do momento em que aceitamos e nos sujeitamos a atender ligações a qualquer hora do dia ou da noite; de pessoas conhecidas ou não; dirigir falando ao celular; caminhar pelas ruas falando ao celular; interromper uma conversa que acontecia pessoalmente para atender uma chamada do celular, estamos dizendo a essa “máquina” que ela está no comando e portanto, pode dar as ordens e conduzir nossa vida. De uma maneira ou outra estamos sinalizamos que iremos obedecê-la em tudo e a qualquer momento.

O poder do celular casado com a subordinação, tem mudado a vida humana. As conversas pessoais que existiam tão logo os componentes de uma família chegavam em casa, foram substituídas: pais e filhos mal se falam durante os poucos momentos em que se encontram juntos. O que se vê são grandes lacunas de silêncio ou um silêncio completo até mesmo durante o almoço ou jantar, pois os integrantes da “família” encontram-se muito ocupados com seus celulares.

Os adolescentes, independente se em grupos ou sozinhos sempre estão “conectados”.

É uma mídia detentora de grande poder e da mesma forma que aproxima, percebe-se igualmente o distanciamento que é capaz de causar. O problema é que seus usuários, talvez muito deslumbrados ou mesmo contagiados com todos os recursos oferecidos por ela não percebem o prejuízo que têm ao usá-la a todo e a qualquer momento.

Faz-se importante desligá-la durante as refeições; quando a família estiver conversando; ao encontrar com um amigo; desligá-la mesmo que seja só por algumas horas e assim não permitir que uma máquina substitua o direito de exercitar a fala tão necessária a todos nós.

Sônia Maria dos Santos Araújo – Ms. em Educação

O RESPEITAR FAZ BEM!