Como entender o livro, O mundo como vontade e representação: Tema de redação de vestibular.

Como entender o livro, O mundo como vontade e representação: Tema de redação de vestibular.

Schopenhauer 1788-1860, filósofo e crítico literário alemão, demolidor veemente de Hegel.

Para Schopenhauer Hegel era simplesmente um charlatão, formulador de uma filosofia mistificadora, sem valoração epistemológica.

Pois construiu uma filosofia ideológica, segundo os interesses do Estado político prussiano, atendendo os interesses da burguesia nascente e a formação do Estado nacional na Alemanha.

Com efeito, o espírito objetivo em Hegel apenas a legitimação do poder das classes dominantes.

Desse modo, a filosofia de Hegel foi nefasta aos não institucionalizados. Schopenhauer entendia o referido filósofo, como mercenário.

Portanto, escreveu sua grande obra, para sepultar Hegel epistemologicamente, o seu grande objetivo.

Em seu livro, O mundo como vontade e representação, sustenta a ideia, que o conhecimento no mundo das ciências do espírito não é objetivo, pois o referido nasce de uma relação contínua entre sujeito e objeto, indeterminada.

Entretanto, o objeto só é percebido pelo sujeito, pela estrutura cognitiva da memória, o mundo é a percepção do sujeito, por meio da interpretação.

Não há conhecimento objetivo, a objetividade é delírio de Hegel. O homem não conhece as coisas como elas são. O conhecimento do espírito desenvolve por ideologias e não pela verdade representada.

O homem interpreta segundo seus desejos, a sua vontade de domínio, essa proposição é a lógica da construção das ciências do espírito, motivo pelo qual a cognição é dissimulação.

As coisas são como podem ser percebidas e interpretadas, sendo a interpretação a vontade do domínio econômico.

Exatamente, desse modo, nasceu a filosofia iluminista burguesa, sustentada no liberalismo econômico.

Portanto, sendo assim, a história do pensamento humano é uma mistificação.

O homem constrói delírios em lugar da verdade, e, procura passar as ciências como se fossem epistemologias. Schopenhauer é magnífico, o maior crítico do pensamento moderno.

Tudo que o mundo inclui, depende essencialmente do sujeito, só a cognição poderá entender as representações, sendo que a mesma depende das estruturas ideológicas da memória. Com efeito, a interpretação é uma ideologia.

O conhecimento existe apenas para o sujeito, entretanto, existem complexidades de sujeitos, todavia, com a mesma lógica do entendimento, a dissimulação ideológica do saber.

Isso significa que não existe uma realidade exterior absoluta para o mundo da cognição.

Com efeito, a representação do mundo é uma ilusão, queiramos ou não, pois não tem possibilidade da interpretação ser verdadeira, é apenas o desejo da vontade, seja qual for à ideologia.

O objeto em qualquer situação histórica e cultural é condicionado pelo sujeito, ao mundo ideológico da pessoa, a sua vontade de domínio, por mais honesto que seja um individuo, não consegue superar tal lógica.

Só é possível chegar à essência das coisas, por meio de um insight intuitivo, como se fosse uma iluminação.

Portanto, nesse mecanismo a arte desideogizada por meio da estética, o homem fundiria ao objeto, por uma atitude de compreensão plena, desse modo compreenderia a realidade.

Mesmo assim, praticamente impossível, pois a contemplação precisaria superar as memorias ideológicas sobrepostas na razão, como mecanismo da vontade do desejo de domínio.

A teoria epistemológica de Schopenhauer aplica-se em todas as ciências do espírito e não as ciências da natureza.

De algum modo, o pensamento de Schopenhauer, ajudou a definir todas as ciências modernas e contemporâneas, as que não aceitaram suas modelações continuam com ideologias totais.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 13/01/2017
Reeditado em 13/01/2017
Código do texto: T5880746
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