O TEMPO QUE O TEMPO TEM

Desde menino venho ouvindo os mais velhos dizerem que “tempo é dinheiro”. Embora isto possa vir a ser uma verdade propulsora para a maioria das pessoas, para mim não faz muito sentido e sinto-me muito bem por não ter embarcado nessa paranoia. Afinal, agradeço ao Universo e a todos os santos por não fazer parte desse oceano consumista que nos afoga a todos e que nos obriga a “gastar um dinheiro que não temos, comprando coisas das quais não precisamos para exibir ou competir com pessoas das quais não gostamos” (essa frase li não me lembro onde, mas achei genial).

Em meu socorro, há algum tempo atrás, lendo o livro do físico Stephen Hawking, “Uma Breve História do Tempo”, minha predisposição foi alimentada, com a tese do autor, considerando ser, o tempo, apenas “uma convenção humana”, não predominante no Universo.

Diante da minha parvez mental, ao ver-me diante do gigantismo do cientista, jamais iria aventar a hipótese de enveredar pelo labirinto da Física, da Matemática e da Astronomia para conferir a tese, sobretudo tendo em vista a dimensão universal por ele aplicada.

Comecei a tangenciar o assunto através da leitura de outro autor, esse mergulhado nas surpresas da Arqueologia, tradução de línguas extintas, Astronomia, Pré e Proto-História, Antiguidade Clássica e demais ciências, em busca de dados que trouxessem novas informações sobre as nossas origens neste planeta. Refiro-me a Zecharia Sitchin, com seus cerca de dezoito livros colocando minhocas em nossas cabeças e trazendo claridade a determinadas posturas criacionistas, que dão o que pensar...

Para meu entender o livro básico de Sitchin é “O Décimo Segundo Planeta”. Nele há o registro de toda uma saga paralela ao que já conhecemos através das Escrituras, que ainda não havia sido confrontada com a profundidade dos dados e a documentação compilada, desde os primórdios da Civilização Suméria.

Aqui, entre nós, o tempo é considerado como resultante do movimento de rotação da Terra em torno do seu próprio eixo. Uma volta completa implica na contagem de vinte e quatro horas. Partindo desse parâmetro, estabelecem-se múltiplos e submúltiplos.

Com base nessa rotação, um giro de trezentos e sessenta graus do planeta, em torno do Sol, completaria um ano e assim em diante, pelos séculos, milênios, eras, evos, etc... Esse é o nosso tempo. E é com ele que decidimos tudo o que diz respeito ao nosso périplo nas plagas planetárias e as realizações construtoras da nossa História.

Por indicação de uma pessoa amiga, fui assistir, na TV a cabo, o filme que empresta o título a esse texto: “O Tempo Que o Tempo Tem”. No desenrolar dos depoimentos, o assunto girava em torno de idéias semelhantes às que colocamos acima, mas considero que poderia ter sido enriquecido, com as descobertas de Sitchin, quando se refere ao Planeta Nibiru, pois isso deu uma fantástica dimensão ao assunto trazendo dados que nos permitem repensar muito do que até então vimos permeando nossos conhecimentos.

Com dados decifrados nas inscrições cuneiformes da antiga Civilização Suméria, o autor dá conta da existência de um planeta, denominado Nibiru, cuja atuação sobre nossas origens tem importante significado. Não entraremos, aqui, nas informações do livro o que levaria a um texto maior do que o adequado. No entanto esse planeta possui uma órbita, ao redor do Sol em que uma volta completa (um ano deles), corresponderia a 3.600 anos terrestres. Isso mesmo! 3.600 anos dos nossos!

É por aqui que encontramos uma justificativa para a posição do livro de Hawking e começamos a entendê-lo. Se um ano dos nibiruanos equivale a 3.600 dos nossos, como contaremos o tempo? Que tempo há de predominar o nosso ou o deles? Qual seria a equivalência entre as nossas horas, minutos e segundos?

Voltando ao filme, a argumentação parece estar concordando com as de Hawking e de Sitchin, ao repensar a “convenção humana sobre o tempo”, diante da grandeza incomensurável do Universo e dos infinitos tipos de formas de vida por ele possivelmente espalhados... Ao que parece, as opiniões convergem para a ideia de que o tempo como o classificamos como passado, presente e futuro não existe. Nessa visão temos que considerar o que chamam de “eterno agora”, onde o passado já não existe mais e o futuro é imponderável.

Entretanto, o que se destaca, no filme, e não entrou nas discussões anteriores é sobre o que se apresenta, no campo científico, com o título de “Transhumanismo”. Experimentos avançados dão conta de que estão sendo desenvolvidas práticas em que seres humanos e tecnologia estão começando um processo de fusão.

Assim, como lá dos primórdios, temos notícia de seres que viveram algumas centenas de anos, as experiências científicas estão procurando acertar o caminho para a longevidade maior do homem atual. Isso já vem acontecendo com os avanços da Genética, da Biologia e ciências afins. O grande passo, agora, está na miscigenação entre o ser humano e os equipamentos tecnológicos que poderão até mesmo receber toda a informação de um cérebro humano e mantê-la em atividade, mesmo depois da morte do doador.

Nesse diapasão, o avanço vertiginoso da Tecnologia tende a prolongar a existência humana, tanto sobre o aspecto biológico quanto sobre o mental. Tecnologia da Informação, Células Tronco e, principalmente, a utilização de impressoras 3D podem construir e substituir órgãos ou componentes do corpo humano e outros tipos de aparelhagem cibernética, armazenar mentes e mantê-las, indefinidamente em atividade...

Com tais recursos vemos que a quantidade de informações que recebemos alterou significativamente o conceito de tempo que tínhamos há anos atrás. Enquanto, na Idade Média, o senhor de um feudo levava meses para receber noticias do feudo vizinho, hoje o que acontece no em qualquer parte do globo é imediatamente difundido para todo o mundo em razão de minutos...

Esse fenômeno da tecnologia produz a sensação de que o tempo está voando ou diminuindo e segundo se vê, no filme, estamos diante de um fenômeno denominado de “expansão de consciência”. A quantidade de informações que recebemos pelos diversos ramos da tecnologia nos coloca diante de um sentimento de que o tempo já não dá mais tempo para quase nada...

Ao trabalharmos com a hipótese de que mentes humanas de pessoas já mortas possam permanecer indefinidamente atuantes e produtivas através de memórias virtuais e de que a vida humana possa ser prolongada com a interferência de sucessivos artifícios da Biologia informatizada, realmente, vamos nos aproximando de uma espécie de não-tempo o que, em últimas palavras pode muito bem ser o possível “eterno agora”. Afinal, quem pode explicar como é a “unidade do tempo quando se tem em mira o próprio Universo”?

Disse um sábio “... “O fim está no princípio”. Se nos lembrarmos de que nas Escrituras há menção a vários patriarcas que viveram por centenas de anos, por qual motivo não poderemos voltar e, tal como eles, vivermos por centenas de anos à frente? Os Alquimistas viviam suas sagas em busca do “Elixir da Juventude” ou da “Pedra Filosofal” e isso já era o ser humano em busca da imortalidade, da eternidade, do não tempo...

Bem! Parece brincadeira, mas o sono está avisando que já é hora de ir dormir. O tempo acabou!

Amelius

24/07/2016 – 16:50Hs

Amelius
Enviado por Amelius em 24/07/2016
Reeditado em 24/07/2016
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