Artigo #007: A FEBRE PARDOCA DOS VELOCIRAPTOR-FOTOSSENSORES X A TEORIA DO ERRO

Cada vez mais me assusta a proliferação pestilenta dos pardais “Velociraptor-fotossensores”, às vezes, nos lugares mais inusitados.

Sem a devida sinalização, quer no solo ou em marcos sinalizadores, estão eles a espreitar a próxima vítima. Quando menos espero me deparo com um novo, recém-instalado. E, como se não bastassem os absurdos, ainda há os que estão em autovia de 80km, com um longo percurso sem indicação de limite de velocidade, ao adentrar numa curva ou quase ao fim de um aclive, um mastro a sinalizar os 80km permitidos naquela via. E, para surpresa nossa, logo de mutuca, um desses pardais à espera de uma nova presa. Frenagem brusca nos expõe a um passível acidente por colisão em nossa traseira. E de quem é a culpa? Fatalmente, dirão, é nossa.

Como se esse abuso fosse uma concorrência postal (se não cuidarem terão mais 'pardais' do que postes nas estradas), há algo científico que não é divulgado e deveria ser cogitado. É a Teoria do Erro. Mas do que trata essa teoria (perguntariam os mais desavisados)?

A teoria do erro trata dos erros de percepção humana, ao se tomar medidas quer sejam de capacidade, quer de comprimento ou de peso ou massa. Quanto maior for a precisão em casas decimais, maior será o erro de medição. Por exemplo: se pedirmos a uma pessoa para medir um comprimento de certo objeto com uma régua centimétrica, com subdivisão de ½ cm, exigindo com precisão em centímetros e pedirmos que, por questão de segurança sejam medidas dez vezes e anotadas essas aferições, temos de cara, a grosso modo, a possibilidades de pelo menos, oito medidas diferentes tendo apensa 20% de medidas coincidentes e uma margem de erro de 80% (40 pra mais e 40 pra menos). Essa margem de erro aumenta ainda mais se exigirmos uma medição em precisão milimétrica com essa mesma régua.

Quanto maior é a precisão do instrumento, menor é a margem de erro.

Mas se dermos o mesmo objeto e uma mesma régua, dessa vez com subdivisão milimétrica e exigirmos a precisão de uma casa decimal, e pedirmos para dez pessoas diferentes fazerem sua medição, temos a possibilidade de obtermos dez leituras diferentes. Façamos a seguinte simulação para as dez leituras:

1. 9,9

2. 9,7

3. 10,0

4. 9,7

5. 9,8

6. 9,8

7. 9,6

8. 9,8

9. 9,7

10. 9,9

Media entre os extremos: 9,8

Este instrumento é subdividido em milímetros e o desvio da média em relação à menor medição foi de 0,2mm para mais ou para menos.

Se mudamos os instrumentos, mesmo que sejam da mesma marca e modelo, a variação aumenta e os erros de leitura idem. Se as marcas forem diferentes, mas os modelos forem similares, as margens de erros são ainda maiores. Ainda, se os aparelhos são analógicos, mas com diferentes modos de medição (ex. linear e angular do tipo manômetro analógico), o erro de medição aumenta ainda mais. E mais grosseira ainda é a defasagem entre medições se compararmos a informações colhidas em um instrumento digital e outro analógico. É de uma injustiça tremenda querer comparar a medição com desvio próximo de ou quase zero e de um VDO da vida, que depende do ponto de vista do observador, pois varia muito em função da posição da cabeça do condutor, se ereta, ou pensa para um dos lados temos a possibilidade de erros de leitura de mais de 10% (de -5% a +5%).

A pergunta que deixo no ar é se é legal a taxação das multas quando esses valores estão dentro dessa variação de 10%.

É algo a se pensar e contestar. Pelo menos este é o meu ponto de vista.

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 27/11/2011
Reeditado em 27/11/2011
Código do texto: T3358866
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.