WhatsApp é fogo!

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WhatsApp é fogo!

Fiat lux, disse Deus, e, a partir do nada, surgiu a luz. O universo, em constante expansão, move-se por ideias e dúvidas que se concretizam em invenções levadas a termo por homens que vão para muito além das abstrações, tornando palpável o inicialmente abstrato.

A descoberta do fogo modificou a humanidade. A invenção da escrita, do motor a vapor, da máquina analítica (ancestral dos computadores), dentre tantos outros inventos, também transformaram a vida humana e as relações interpessoais. Entretanto, a mente fecunda de Graham Bell, no final do século XIX, ou do italiano Antonio Meucci, discussão ainda em aberto, trouxe para nós o que atualmente entendemos por telefone – aparelhinho que grava, filma, permite o acesso a aplicativos os mais variados possíveis e, ultima ratio, faz ligações iguaizinhas aos seus antepassados!

O “telégrafo falante” tornou a atual comunicação mais divertida – verdadeira brincadeira de crianças, jovens e adultos, onde a intenção do emissor fará toda a diferença entre divulgar tragédias, curiosidades, fofocas, entretenimentos e... Ocorrências de incêndio! Exatamente. Em Iguatu, nos últimos meses, várias solicitações de ocorrências foram efetivadas por meio de celulares, via WhatsApp, diretamente para bombeiros da cidade. Tais comunicações possuem peculiaridades que livram o Corpo de Bombeiros de um dos seus maiores pesadelos: o trote. Acionados pelo WhatsApp, os militares recebem, além da informação, fotos, vídeos e a localização exata do sinistro através do aplicativo Google Maps.

Portanto, a ciência cria tecnologias para que os homens, todos eles, assustadora e perigosamente livres, possamos utilizá-las da forma que o livre-arbítrio de Santo Agostinho, tão refutado por Nietzsche, seja e esteja pleno em nossas consciências. Livres de ideologias que justificam a afirmação de Bertolt Brecht ao sugerir que perguntemos sempre a uma ideia: a quem tu serves?

Temos o poder de decidir o que fazer com o humano que existe em nós, a partir das máquinas que a humanidade nos entrega. Charles Chaplin estava certo, em parte. Não somos máquinas! Homens é o que somos! Aliás, somos homens – Imagem e semelhança de Deus. Homens que podem amar, ajudar, solidarizar-se e mitigar a dor doutros homens, a destruição da espécie, a preservação da biosfera e honrar o que fora dito na gênese de tudo: Fiat lux!

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Publicado no Jornal a Praça, em 07/10/2017.

Iguatu-CE

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 19/11/2017
Reeditado em 15/03/2019
Código do texto: T6175963
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