“A AMEAÇA BOLSONARO”

A Revista Veja, outrora considerada uma publicação da “Direita brasileira”, estampou em sua capa desta semana uma manchete em letras garrafais e cores berrantes: “A AMEAÇA BOLSONARO”. Na mesma capa, uma foto em close do rosto do deputado pré-candidato à presidência.

A grande mídia, como parte do establishment cultural e político, tem razões de sobra para reagir desse modo ao fenômeno do “Mito”. A popularidade de Jair Messias Bolsonaro – surgida, diga-se de passagem, espontaneamente – é enorme, e, ao menos por enquanto, não é rivalizada por NENHUM outro político brasileiro.

Apenas para dar um exemplo pontual: Bolsonaro esteve ontem em Belém do Pará, e a recepção que teve ao desembarcar no aeroporto daquela cidade foi efusivamente estrondosa. Centenas, talvez milhares de pessoas estavam ali para vê-lo e apoiá-lo. E o que mais impressiona: era gente do povo, que foi ao seu encontro de livre e espontânea vontade, e não por ter sido induzida a isso por algum sindicato ou sigla partidária. Note-se, a título de comparação, que a “caravana” organizada recentemente por Lula na região Nordeste mostrou-se um fracasso completo, tendo o ex-presidente (e pré-presidiário) sido praticamente escorraçado de alguns de seus antigos redutos eleitorais.

Jair Bolsonaro é, verdadeiramente, a encarnação nacional de um movimento anti-establishment que, no âmbito internacional, já produziu feitos absolutamente notáveis, como a eleição de Donald Trump à presidência dos EUA. Por lá, o cenário era exatamente o mesmo antes e durante a corrida eleitoral: a grande mídia em peso tentava demonizar o candidato republicano, enquanto sua popularidade crescia cada vez mais, sobretudo entre as classes mais humildes. Eis, aliás, um ponto em comum entre Trump e Bolsonaro, que jamais deve ser desconsiderado: ambos conseguiram agradar ao “povão”, isto é, à gente simples e trabalhadora que se sente cada vez mais distanciada das elites políticas, culturais e midiáticas, perdidas como estão em devaneios ideológicos presunçosos e arrogantes, enquanto o cidadão comum preocupa-se com os problemas reais do dia-a-dia. Esse cidadão, o eleitor de Trump e Bolsonaro, é prático e objetivo: não tem tempo para perder com discussões e problematizações artificialmente criadas por grupelhos de pseudo-intelectuais arrogantes; ele não quer saber de “Ideologia de Gênero”, “Luta de Classes” ou “Patriarcado Opressor”. Ele quer apenas poder viver e trabalhar em tranquilidade, num país que garanta a sua segurança e a de sua família.

Como se percebe e ao que tudo indica, as chances de ocorrer no Brasil algo parecido com o que ocorreu nos Estados Unidos são grandes – a menos, é claro, que haja uma manipulação fraudulenta dos votos em 2018 (uma possibilidade que, infelizmente, não pode ser descartada). E isso que digo, ressalte-se, não é torcida nem propaganda: é pura constatação de uma irrefutável e nítida realidade.