Primeiro dia de uma partida oficial de futebol!

Dormir impossível, adrenalina circulava intensamente nas veias, mesmo tarde da noite quando tudo parecia obedecer a lei do silêncio, mesmo sabendo que estava deitado em seu quarto, a mente transportava-o para o estádio municipal, e podia sentir o frescor do gramado e os gritos da galera vindo das arquibancadas. Logo em seguida como se estivesse mudando de canal, podia ouvir as instruções do treinador que aparentava estar pressionado, já que vinha de uma série de derrota, o momento que os atletas fazem aquela resenha antes de entrarem no campo, parecia que cada um olhava e dizia: “Bem-vindo garoto”! E os silvos do juiz estridente permanecia no cenário daquele dia inesquecível. Logo pela manhã, bem cedo foi o primeiro da casa a levantar, sua mãe que era torcedora número um, parece ler seus pensamentos, “Menino não fica avexado, tudo vai correr bem”. Aquelas palavras amenizaram sua “angustia”, pega seus apetrechos, na bolsa tira colo salientava a chuteira número trinta e seis surradinha mas brilhava como nova, depois dos treinos era sagrado, lavava, engraxada, depois era guardada debaixo de sua cama, como um troféu ganho com muita luta, e representava algo de valor incalculável. Depois de dar um beijo na torcedora predileta, todo garboso foi para o ponto de ônibus, como era uma manhã de domingo, as ruas estavam vazias, mesmo assim não perdeu a pose de um atleta, afinal sabia que ia ser titular. Não via a hora de alguém perguntar para onde ia, chega um casal, pede o ônibus do centro já passou? Balança a cabeça de negativo, em seguida um rapaz de corpo atlético e traje esporte, segurando uma bolsa no ombro esquerdo, senta na banqueta do ponto, e puxando conversa diz:” Está indo pro jogo da juventude? O menino teve vontade de perguntar como sabia, mas antes o coletivo chega, e ambos entram, no banco da frente se acomodam, o rapaz completa vou apitar a partida.

Naquele instante um pingo gelado cai em sua testa, ao despertar se vê sentado em uma cadeira de roda de baixo de uma frondosa mangueira, um casal de sabiá caprichosamente tinha evacuado, apesar da sua situação, e está beirando a casa dos setenta janeiro sorri pelo sonho, da maneira como foi despertado.

Jova
Enviado por Jova em 23/03/2016
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