Sobre Adam West (publicado originalmente em 24/6/2017)

A morte de Adam West foi há alguns dias, mas sempre é tempo de homenagear, no meu caso, um dos grandes ídolos que tive na infância. Bem no fim da década de 1980, e começa da de 1990, o SBT era a emissora na qual era exibido o seriado ‘Batman’ (1966-1968). Eu era fã incondicional do programa e a audiência estava garantida.

O que mais me chamava a atenção na época (eu tinha entre 7 e 10 anos) era a cor daquelas aventuras recheadas de onomatopeias. O engraçado é que eu tinha a noção de que se tratava de um produto obsoleto, arcaico, filmado há mais de 20 anos. Por isso mesmo me agradou. West, ao lado de Burt Ward, o Robin, era o protótipo do herói direcionado especialmente à criança e ao adulto, pelas ironias gigantescas e seu tom de pastelão.

O seriado não atingia, ou atingia pouco, os adolescentes. Neste hiato de agraciamento, marcou gerações. Ao abordar o desaparecimento do ator, aos 88 anos, os jornais, sites citaram a cultura Pop-Art de ‘Batman’, e atiraram na mosca. Aliás, West foi o segundo profissional a interpretar o Homem-Morcego nas telinhas.

O primeiro, Lewis Wilson, o fez em 1943, num seriado também, mas pouco lembrado. A façanha de West foi tornar crível o herói aos 37 anos com a sua ‘barriguinha de chope’, como meu irmão costuma dizer, onde em seu bat-cinto de utilidades estava as respostas pra qualquer enrascada. O programa dos anos 60 teve ao todo 120 episódios de 30 minutos, de duas partes, com uma trilha sonora de fazer babar os músicos atuais.

E o ator foi perseguido por mim na medida em que o seriado mudava de canal. Passou a ser transmitido pela hoje extinta CNT Gazeta e anos depois o TCM, na TV a cabo. Fiquei feliz ao saber do lançamento do box com os DVDs com 100% do programa legendado, aos fãs mais ardorosos. Adam West esteve em mais de uma centena de produções tanto na TV como no cinema.

Fora o ‘Batman’ e o desenho ‘A Família da Pesada’, onde dublava um personagem que tinha seu nome, jamais encontrei fita na qual ele trabalhou. O legado que deixa para os aficionados pelo programa é infinito. Para alguns, foi o que melhor vestiu a capa e máscara com chifres. Reconheço. Mas empatado 50-50 com Michael Keaton.

Rodrigo Romero
Enviado por Rodrigo Romero em 04/07/2017
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