A revolução globalista

Eis alguns trechos extraídos de uma das obras literárias do, senão o maior, um dos maiores filósofos brasileiros - Olavo de Carvalho.
Chamo a atenção, para aquilo que o próprio autor reiteradamente ressalta em seus debates e paletras, de nunca tentarmos intrepretar um pensamento e/ou contexto de uma obra, a partir de informações resumidas e/ou superficiais. É preciso vencer a preguiça e a ânsia de querer opinar sobre algo, sem se aprofundar e esgotar a busca pelo conhecimento sobre as informações existentes.

Este artigo foi publicado no Periódico Digesto Econômico, em setembro/outubro de 2009

Para quem quer que deseje se orientar na política de hoje - ou simplesmente compreender algo da história dos séculos passados -, nada é mais urgente do que obter alguma clareza quanto ao conceito de "revolução".
[...] Só se pode falar legitimamente de "revolução" quando uma proposta de mutação integral da sociedade vem acompanhada da exigência da concentração do poder nas mãos de um grupo dirigente como meio de realizar essa mutação. (pág. 159)

[...]  algo há de comum entre todas as revoluções, é que enfraquecem e destroem as nações onde ocorrem, deixando atrás de si nada mais que um rastro de sangue e nostalgia psicótica das ambições impossíveis.
[...] Todos os equívocos em torno da ideia de "revolução" vêm do prestígio associado a esta palavra como sinônimo de renovação e progresso, mas este prestígio lhe advém precisamente dos sucesso alcançado pelas "revoluções" inglesa e americana que, no sentido estrito e técnico com que emprego essa palavra, não foram revoluções de maneira alguma. (pág. 160)

[...] O critério distintivo suficiente para eliminar todas as hesitações e equívocos é sempre o mesmo: com ou sem transmutações súbitas e espetaculares, com ou sem violência
insurrecional ou governamental, com ou sem discursos de acusação histéricos e matança geral dos adversários, uma revolução está presente sempre que esteja em ascensão ou em curso de implantação um projeto de transformação profunda da sociedade, se não da humanidade inteira, por meio da concentração de poder.
É por não compreenderem isso que muitas vezes as correntes liberais e conservadoras, opondo-se aos aspectos mais
vistosos e repugnantes de algum processo revolucionário, acabam por fomentá-lo inconscientemente sob algum outro de seus aspectos, cuja periculosidade lhe escape no momento. (pág. 161)

Que o globarismo é um processo revolucionário, não há como negar. E é o processo mais vasto e ambicioso de todos. Abrange a mutação radical não só das estruturas de poder, mas da sociedade, da educação, da moral e até das reações mais íntimas da alma humana. É um projeto civilizacional completo e sua demanda de poder é a mais alta e voraz que já se viu. (pág.162)

DICIONÁRIO:
Insurreição - Crime que se configura na oposição direcionada a um poder com o propósito de derrubá-lo.
Vistoso - Que chama a atenção pelo aspecto incomum, pela beleza, pelo brilho ou pelas cores.

Partindo das explicações deste artigo, percebe-se que muitas desinformações foram e continuam sendo propagadas sobre o tema. Muitas pessoas defendem e opinam sobre coisas que não compreendem, e acabam influenciando outras a seguirem o mesmo caminho. Por estas e outras, reiteramos a importância do texto que inaugura esta publicação, no que tange a necessidade de buscarmos nos aprofundar sobre aquilo que desejamos opinar e/ou debater. 

Fonte: CARVALHO, Olavo de. O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota. 8ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2014.
SEBASTIAO
Enviado por SEBASTIAO em 29/09/2017
Reeditado em 20/09/2018
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