Educação Seca e Sonâmbula

Percebe-se, nas duas histórias (Vidas Secas e Terra sonâmbula), como a vida precária e a exploração do ser humano atingem níveis inaceitáveis de dominação. A miséria e a falta de conhecimento dos indivíduos servem como arma de manipulação e opressão por parte dos mais abastados.
No Brasil, em Moçambique ou em qualquer lugar do mundo, depara-se com diferenças sociais gritantes. Quanto mais precária a vida e menor o acesso ao conhecimento pelos cidadãos, maior a degradação e o sonambulismo do ser humano. Esse fato independe de raça, cor, religião, nacionalidade, etc.
Vidas Secas e Terra Sonâmbula se fundem em uma desertificação da educação e aridez moral dos povos, tornando, todos, numa terra imprópria à fertilidade e à prosperidade.
As personagens se conformam em apenas saciar suas necessidades vitais diárias, numa luta incansável contra a morte e, por isso, não lhes sobra mais a dignidade para pensar. A aceitação de tal realidade e a maldade com que são guiadas para o matadouro são revoltantes e desumanizantes. A sensação de que as coisas continuarão, por muito tempo, do jeito em que estão, provoca inércia e acomodação por parte dos oprimidos.
Uma das saídas para esses males é a educação ou talvez a única. Um povo educado não aceitará tais desmandos. O conhecimento é a melhor arma para acabar com a violência, humanizar, incluir socialmente, quebrar preconceitos e paradigmas, tornando as oportunidades justas e igualitárias.

Kennedy Pimenta