Se fosse um programa humorístico, nós teríamos excelentes piadas de português talvez dedicadas a Ricardo Pereira (ator português que interpretou o delegado Faustini).
 
Mas as cenas que a novela apresentou ontem, segunda-feira, provam que os telespectadores permanecem sendo considerados imbecis.
 
O convite à imbecilidade não começou na segunda, porém ontem o delegado Faustini, após obrigar Guerra, policial que é membro da facção, a conduzi-lo ate o AP de Atena, parecia estar com cartas decisivas na manga, imaginando prender integrantes importantes do perigoso grupo criminoso e, consequentemente, sonhando conseguir desmoronar todos os bandidos.
 
Ele não aguardava surgir uma terceira pessoa, o velho Ascânio.
Não demorou, o herói encerrou sua brilhante carreira no planeta.
 
Meu resumo ressalta fatos repletos de adrenalina, sugerindo que o delegado Faustino não teve sorte, contudo uma breve reflexão mostra o quanto as cenas ofendem muito a lógica e pretendem embrutecer nossas mentes.
 
Se o delegado descobriu coisas tão sérias por que ele guardaria os segredos consigo?
Constatando que um policial optou pelo mau caminho, por que não tornar pública a triste verdade, desmascarando o canalha?
E Dante? Por que o mocinho que tanto persegue a facção esqueceu a investigação, indiferente ao assunto?
 
Sabendo que contar com o apoio policial não garante escapar dos perigos, por que o delegado imaginaria resolver tudo sozinho?
Por que a facção apostaria que, eliminando o delegado, morreriam também as provas dos últimos documentos apreendidos?
 
Era natural Faustini efetuar uma investigação ampla, divulgando os suspeitos, convocando mais policiais, informando à imprensa.
Jamais, tão perto de solucionar os mistérios envolvendo a facção, ele deixaria o assunto escondido e agiria como um xerife que prefere dispensar o auxílio dos dois ou três funcionários os quais esperam a aposentadoria.
 
Não dá para engolir!
Desse jeito a novela tira a empolgação.
Vem a forte vontade de desligar a televisão.
Aliás, fiz isso, desliguei a TV, não quis ver os bandidos triunfando.
 
Vale a pena nunca mostrar cenas improváveis e estúpidas, possíveis apenas em contos de fadas.
Não é inteligente supor que, no outro lado da tela, os telespectadores são incapazes de raciocinar.
 
Sempre considerei bobas as piadas de português.
Ontem a ação de Faustini confirmou minha opinião.
 
No jogo do humor minha desconfiança agora virou regra.
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 24/11/2015
Reeditado em 26/11/2015
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