Viviane II

 

Velejo por entre tormentas, por entre densas paredes de água, subjugando a natureza, do meu altruísmo e de atos tão ortodoxo quanto enfadonho do meu ser.

 

Imaginei o curso a ser tomado, então naveguei a deriva tentando naufragar os pensamentos e as memórias resgatadas dos abissais de minha alma. 

 

Velejo! E como bom corsário, arrisco minha vitórias neste arrecifes, às costas de uma baía repleta de solidão e calmarias.

 

Indigno de tesouros ou especiarias das pilhagens e saques que outrora foram meus, deixando-os em cada porto, cada taberna seus vislumbres.

 

Agora o que ontem me saciava, hoje seca minhas emoções e todas as aventuras que poderia viver a seu lado. O que restou? Não sei ! Porém; bebo a todas as desventuras e amei-te tão sagradamente que profanei meus desejos mais íntimos assim como fui fiel ao ponto de tornar-me ímprobo à seus sentimentos.

 

Negar pro coração que te perdi é semear em meu peito a esperança de um retorno em meio o furor desta procela.

 

Então...  Sou o que sou, corsário, ladrão que veleja sobre o horizonte e tudo que consegue contemplar no crepúsculo de sua existência é  sua face distorcida pelas lágrimas.

 

 

10/03/2017

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 11/03/2017
Reeditado em 17/11/2021
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