Acróstico ao Cidadão do Mundo

Luciana Carrero

M as, o que é isto? – perguntam à minha ausência.

A voz que já não tenho responde com silêncio.

U ma tensão paira na aura dos que deixei:

R ememoram de mim, guardam minhas fotos,

O ndeiam numa tristeza que parece não ter fim.

G rato, entretanto, sou, pela vida que vivi.

I maginem que onde estou posso estar bem.

L evem suas vidas adiante como bem puderem,

B ebam dos prazeres bons de Baco, que foi seu rei!

R iam, cantem, amem, enamorem-se da vida,

T enham tudo que almejarem, como eu tive -

O nde o hedonismo alimentou-me o ser. -

C erto é que todos chegaremos ao infinito.

A hora inaudita de partir é desoladora,

R asgando a alma dos amados que ficaram.

D e onde estou não há comunicação possível.

O link, porém, está na alma dos entes queridos:

S alete, minha mãe que tudo fez por mim;

O Lilo, o Edilson, tia Vera. Irmãos e primos.

O mundo percorri, a medicina foi minha honra.

L avei corpo e alma no behauvior que cultuei.

I ntenso vivi e saciado parti, causando pranto.

V alha-me Deus, fui feliz, com qualidade.

E quantidade não me diz mais nada.

I sto é o que posso dizer, meus queridos:

R estaurem-se todos e sejam felizes!

* Mauro partiu deste mundo, aos 39 anos, no dia 9 de junho de 2016.. Foi médico e cidadão do mundo, tendo exercido a medicina, que encerrou na Clínica Biolabor, de Sorocaba/SP - E deixou-nos todos perplexos. Eu, sua tia e madrinha, ainda estou tentando conter o pranto. Acordei com este acróstico na mente, hoje... e escrevi rápido,. para não esquecer.