Vida mal vivida

Eu, que tive uma vida entediante...

sobre esta minha campa mal cerrada,

vejo que minha carne não é nada

e tudo passa num fugaz instante!

Devia ter vivido o extravagante,

sem ter a alma sorvida e tão cansada...

ter cada riso, cada madrugada,

como se fosse sempre um sol brilhante!

Mas, no sossego do meu fim, desperto,

vendo que o tempo é o mais cruel deserto

de sonhos que deixei pelo caminho...

E nesta eternidade, enfim, me deito,

certo do meu asfixiante leito,

tendo o arrependimento por vizinho!

Alexandre Toledo
Enviado por Alexandre Toledo em 11/05/2024
Reeditado em 14/05/2024
Código do texto: T8060778
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