A Embriagues do Sonho

Gosto de curtir a jornada... de olhar pela janela sentindo o vento levar meus cabelos. Capturar na memória de minhas retinas a beira da estrada, a paisagem da margem do rio, aquela que vem, a que fica e a que vai se distanciando porque se faz passado - mas nem por isso deixa de fazer parte de nossa vida e do nosso sonho.  Gosto de imaginar e me ver dentro do sonho tecido no âmago. No realismo de minhas ânsias e desejos mais profundos. E o que seria mais real do que o sonho? O real é sonhar verdadeiramente já me dizia o filósofo em minha noite de reflexão. E sonhar é manter a mente saudável. "A saúde mental é antes uma forma de embriaguez, porque, na essência do viver, há o inebriamento"*. Inebrio-me, coração-sentimento, no sonho. Tão real como o vínculo consubstancial entre o viver, o real e a embriaguez - pela vida, pelo amor, pelo próprio sonho. Embriago-me em Ti. És minha fonte real, o sonho que me mantém saudável - a unir mente e coração, razão e sentimento numa única canção.

* (Morin, 2003)