Amor de mãe

Amor de mãe não tem preço.

Não se compra, muito menos se vende.

Simplesmente se doa, sem reticências.

Amor de mãe é o que resta quando

a vitória não vem,

quando a vida é deserto e os sonhos enferrujam.

Amor de mãe é recomeço.

É abraço que amansa a tempestade.

É colo suave e olhar de esperança

de quem acredita.

Amor de mãe é o que resta

quando tudo é solidão.

Quanto portas se fecham.

Quando mãos são soltas.

Amor de mãe é teimoso, insiste

em florescer mesmo quando a

estrada é árida e os atalhos são espinhos.

No peito de mãe não bate um coração.

Pulsa uma alma inteira esparramando bem querer.

Amor de mãe é onipresente,

sempre pronto a oferecer colo e

um braço forte para rolar as pedras e secar as

lágrimas do seu rebento que também são suas.

Amor de mãe é escuridão do quarto, olhos preocupados esperando notícias,

pedindo proteção contra os perigos mundanos.

Amor de mãe é o que torce.

É o que briga.

É o que solta a franga quando o pódio chega.

Mas também é o que alerta.

É o que diz verdades.

É o que fala firme.

“Eu disse que você ia quebrar a cara”.

“Em casa a gente conversa”.

“Já falei que não vai. Se alguém se atirar da ponte você se atira também? ”

“Não fui com a cara dela”.

Sobre mais uma postulante à nora.

Amor de mãe não é receita pronta.

Cada um tem a sua.

E cada qual com seu jeitinho.

Amor de mãe é o que vem do ventre.

Das entranhas da genética.

Do laço materno biológico.

É também amor de mãe o que vem do peito.

Do âmago do sonho.

Do laço materno da alma.

Amor de mãe é saudade boa

de filho que demora a chegar.

E é saudade espinhosa

de filho que jamais voltará.

Amor de mãe é o que restará

quando o que sobrar da matéria

for apenas cinzas do tempo.

Ainda assim ele sempre estará ali

atento, vigilante.

Mesmo que agora seja estrela.

Palavra Ativa
Enviado por Palavra Ativa em 12/05/2024
Reeditado em 18/05/2024
Código do texto: T8061772
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