Páginas queimadas

O maldito volta pra casa

Trazendo todas suas maldições

Sangrando pela metade

Ele viu todas as faces surpresas

Mas todos já sabiam que ele

já não estava mais aqui

Mastigado, engolido e cuspido

Já sem sabor

Sem propósito

Sem mais nenhum porque

Sem desculpas

Sem perdão

Sempre é melhor queimar

do que apagar aos poucos

Vem e vai

Beija e morde

A faca sempre entra mas não o suficiente pra matar

Irônicos, sarcásticos

Não sei porque tento agradá-los

Nas madrugadas etéreas

caminho pela minha casa

Configurado nas sombras

nos cantos, de cada pensamento

Algoritmo inacabado

nas chuvas de novembro

esta na hora de queimar as páginas

ao invés de apaga-las

Lua Infâmia
Enviado por Lua Infâmia em 09/05/2024
Código do texto: T8059821
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