SEPARAÇÃO
Sem criança na casa.
Agora, silêncio estúpido.
Lá fora, vento e cigarra.
Ninguém vendo cartoon.
Poeira nos talheres.
Esposas, mulheres,
Não sabem o que querem,
Ou não lhes sei dar.
Os olhos revirados,
A pizza no prato,
Televisão enuviada,
Cerveja, fastio e flato.
Sem estresse abençoado,
Sem picardia, nem pirraça.
Meu filho era minha folga
Da vida solteira sem graça.
Amo os erros das crianças,
Pois tropeçam de coração,
Anestesiam meu silêncio
Por ser inútil à criação.
(Brasília, 30 de outubro de 2016)