Espinhos

Suspiro de mim

Na caída da noite

Fúria de vendaval

Escorre pelo tempo

No gélido caminho

Do mesclar de palavras

Quantas vogais insentidas

A se rosnar nos descabidos

Máscara de farpas

Que espalham-se com vestes de trapos

Movidas no trapézio ao léu

Transparece como bruxa de papel

A gotejar contos insólito

Que dissipa pela chuva

Sendo levado pela enxurrada

No arrebito do enfado caminho

Pedindo que o córrego não seja longo

Encurtando a encruzilhada

No livramento da névoa escura

Que por acaso impedia a caminhada

Arco-íris de sonhos memoriza o instante

Na salvaguarda tolerante

Da sapiência do momento

Que não se curva aos malefícios

Respirando novos saberes

Colhendo rosas entre os espinhos