Penitência

Como a luz que aparece e logo apaga,

tem-se a vida abolida em espiral;

onde a tristeza, flâmula imortal,

espalha-se, insolente, como praga!

E o pranto testemunha o fel da chaga,

das almas em tortura colossal;

ébrias do tédio atroz, néctar do qual

bebem, este licor que as embriaga.

Mas junto à escória surge fria a Morte

(a ceifeira das almas sem um norte),

Onde a vida há de, enfim, se acabar.

Dirá a ti: “Valeu de que o lamento,

se o verme a roerá em passo lento,

e o corpo, feito pó, vai se findar?”

Alexandre Toledo
Enviado por Alexandre Toledo em 02/05/2024
Reeditado em 03/05/2024
Código do texto: T8054819
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