O VELHO E O AR

O velho bípede, outrora de cabeça erguida e perfil altivo e ereto

Agora moribunda sem vida, se arrastando vil, sobre o concreto

Perdeu a calma na mágoa duma normal inércia artificial divina

Que lhe aleijando a alma, lhe imputou aos olhos - o sal e a neblina

Um crânio calvo aprisiona sua mente sobre um par de dentes amarelados

O pé combalido apaga o presente. A ideia demente - afaga o passado

Já não mais respira... Apenas geme. Já nem mais se arrepia, somente - treme

E a brisa norte deu lugar ao vento da morte - de um ar que já nem teme.

Not Today
Enviado por Not Today em 16/05/2024
Reeditado em 16/05/2024
Código do texto: T8064516
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