DISSABORES.
A inspiração desta poesia nasceu após escutar de uma jovem mulher os lamentos pela vida que os seus desenganos a levaram, como certamente acontece com muitas mulheres.
O que de encanto sobrava,
não retratava a juventude que existia.
A vida tinha cobrado bem caro.
Fugir, não podia.
Buscava a recompensa no filho,
que apertando contra o peito prosseguia.
Na garganta um grito de socorro.
Em volta, abutres aproveitadores.
Que tentando ajudar,
só cavavam mais fundo,
só revestiam de imundo,
e criavam dissabores.
Entre desilusões, o conflito interior.
Lembranças amargas,
dos amores,
e do primeiro sedutor.
Volta ao leito do filho e beija-lhe a testa.
Seu coração já em festa,
pensa e fala baixinho:
De hoje em diante, vou viver só para você, meu anjinho!”
Adormece, cansada da luta.
Quando acorda,
esqueceu da promessa.
Recomeça na mesma labuta.