O buraco da Agulha

E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José?

e agora, você?

você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama, protesta?

e agora, José? , - Carlos Drummond de Andrade

Em mais de 500 anos,

Essa é a primeira vez que um Estado Brasileiro será,

Obrigatoriamente, reconstruído.

Que a lição seja aprendida e ao reconstruir o que foi danificado,

Aproveitemos, para reconstruir o amor;

Ou melhor: a maneira que amamos.

Tens visto o que está sendo feito?

Um por todos,

Todos por um!

Pois então,

Todos de mentes mobilizadas para o mesmo ideal,

Mãos dadas à solidariedade,

Operando com disposição,

Corações fraternos,

Pulsando para o bem.

Certamente,

Outra igual a que está em curso,

Não ocorrerá;

E se vier ocorrer,

Sem as manias de grandeza de Maria,

Será mais leve para seo Mané,

Menos doída para José,

Amena para Filomena,

Branda para Amanda.

Um dia tem 24 horas,

Dedique uns minutos à questão:

Pense,

Pense com carinho.

Apresente-se com mãos e coração.

Assim,

Estarás a posto para a reconstrução;

E mais: não terás motivo para arrepender-se.

Gargalhadas em rodas de "amigos" passam,

Lágrimas afogadas em alagamentos ficam,

E as fotografias e vídeos as reportam em vivas

memórias.

Contudo, o acervo de fotos e vídeos podem registrar a reconstrução,

A nova maneira de amar;

Registrar as eternas gargalhadas coletivas.

Nos quais, quem os ver, dirá: "estava presente,

valeu a pena o esforço,

Valeu a pena o suor derramado,

Valeu a pena a reconstrução;

Essa maneira de amar me satisfaz,

Mas, farei o possível para melhorá-la".

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 13/05/2024
Reeditado em 13/05/2024
Código do texto: T8062021
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