Depois que tudo passa, só o que sobra é o Amor.

Acredito que esta seja uma das perguntas mais difíceis de responder.

As respostas que eu ouvi ao longo dos meus poucos anos de vida normalmente estão ligadas a fatos muito relativos e atrelados a crenças muito particulares.

Para mim, o Amor é liberdade, mas também é segurança, Ele é um sentimento mutável e caprichoso, que normalmente nasce a partir de um encantamento, uma Paixão.

E isso está muito longe de ser ruim, pois acredito que é a Paixão, o fator indispensável que nos move a realizar nossos sonhos. Mas a Paixão é traiçoeira, da mesma forma que ela chega, ela vai embora e quando ela chega, quer mudar tudo, transformar o mundo, até que se depara com a Realidade.

A verdade é que a Paixão potencializa tudo o que vemos de melhor em tudo, e é nesse momento que ela nos cega. As lentes da Paixão nos prometem uma vida empolgante, uma sensação inebriante e não vemos mais nada daquilo que gostamos e simplesmente nos cegamos para o que é real.

A Realidade nos assusta, porque ela é vulnerável.

A Realidade não tem filtros, ela aparece naquele momento crucial em que a Paixão te leva à pensar loucuras e fala: "Opa, perai, não é bem assim!".

E de repente, Ela joga na nossa cara todos os nossos defeitos, os defeitos do outro, do mundo.

É aqui que acontece o ponto crítico, o famoso choque de realidade. É aqui que acontece a frustração, os aprendizados reais e acredito que é bem aqui que nasce o Amor.

O Amor requer tempo, intimidade (não apenas física), compreensão, escuta ativa, perdão, autoconsciência e entendimento dos limites.

Ao contrário da paixão avassaladora que chega e quer mudar tudo, o amor é calmo, racional, impõe limites que a Paixão ignora.

Ao contrário do que muitos pensam, que o Amor incondicional abre mão de Si mesmo pelo bem do próximo, acredito que o Amor pensa primeiro em si, e como consequência de um ato que cuida de si e se alimenta, em seguida Ele transborda.

Então, o Amor é calmo, seguro, confiável.

É querer o bem estar do próximo por amar a si mesmo primeiro.

Daí pra frente, Ele cuida do próximo, ama o/a ao ponto de deixar o ser amado partir e voltar quando necessário.

Ouço muito dizerem que o Amor é uma espécie de porto seguro, mas hoje eu entendo mais como um farol. Um guia para as noites escuras e tempestuosas, uma garantia de que será cuidado/a mesmo que no dia seguinte precise partir novamente.

Depois que tudo passa, só o que sobra é o Amor.