A Mulher Fatal (releitura da obra de Camilo Castelo Branco em Cordel)

AMOR FATAL

Vou contar a vocês

Uma história que não começa

Com um “era uma vez”

O primeiro de tudo meus amigos

É que o autor é português.

Que sofreu desde a infância,

Perdendo a esperança

Mas encontrou no Romantismo

As suas forças em meio ao abismo

O que não pode salva-lo do suicídio

Mas deixou vastas obras de cunho ultraromântico

Estou falando de Camilo Castelo Branco

A obra que iremos tratar é bem peculiar

Trata-se de “A mulher fatal”

Onde Carlos Pereira seria o principal, porém se deu mal

Já dizia o dito popular:

“Quem muito quer nada tem”.

Não irei me alongar, tenho mesmo é que falar

Laura foi seu primeiro amor

E com ela quis casar

Mas a moça o rejeitou

Alegando não ter amor

E nem querendo namorar.

A “mocinha” se dizia aos homens repudiar,

Mas na verdade ela gostava de uns encontros com seu par

Que escalava a sua janela quando o velho pai ia deitar

E por lá passava a noite com a jovem a namorar,

Até que raiando o dia

O malandro cauteloso

Cuidava em se retirar.

Carlos Pereira coitado, ficou dias desconsolado

Por ter sido rejeitado e por um velho trocado.

Ele quase morreu de amor, porém o tempo passou

E novamente se apaixonou quando Virgínia encontrou.

Ela era diferente, se dizia ser mulher decente e também independente.

O casamento ia acontecer

Só que o padre já a tinha em seu poder.

Ficou Carlos outra vez sem o matrimônio conhecer.

Como um homem não perde tempo,

Outro amor logo encontrou

O seu nome era Esteia, e com ela se casou.

Porém por um curto período o casamento durou.

Pois a jovem era doente e sabia que ia morrer,

Mas mesmo assim ela insistia a um homem pertencer,

Pensava ela que seria triste se morresse sem nunca o saber

Como era ser senhora e as núpcias conhecer.

O anjo de Carlos se foi

Seu estado foi de dar pena

Mas ele não desiste...

Apaixona-se por Filomena,

Uma senhora viúva que se encontra ainda de luto,

Mas ao conversar com Carlos

Já o queria mais que tudo.

Pois riqueza ela não tinha,

Precisava de um esposo

Para lhe dar uma família

Também dias gloriosos.

Com Filomena Carlos casou

E um casal de filhos ela gerou

A vida parecia uma fantasia

Na qual tudo era alegria,

Até que Carlos Pereira

Meteu se numa bigamia

Vivendo levianamente

Abandonando sua família

Tudo por uma mulher

Que à todos pertencia

E quem com ela se metia

Ficava sem economias.

Carlos disto sabia mesmo assim insistia

Em viver esse amor que a muito tempo queria.

Filomena sua esposa muito triste então ficou

Quando soube que o marido por outra a trocou

Mas ela manteve-se forte

Quando só com os filhos ficou.

Tratou de arrumar um trabalho para os filhos sustentar

Foi com a filha para um convento às outras crianças educar

E lá tornou-se independente,

Sem de homem precisar!

Triste fim foi de Carlos Pereira

Que aos poucos padecia

Desde que se apaixonara pela linda Cassilda

Uma mulher sensual que lhe deu um amor fatal

Que eu nunca vi igual

E mesmo Carlos morrendo ela continuou sendo, Cassilda, “A mulher fatal “.