A SINA DO CAMINHONEIRO

Faróis dos carros iluminam as estradas escuras. A escuridão e o silêncio da noite aumentam a tensão. Pelos retrovisores pontos de luzernas fracas sobre vales e montanhas, no contraste impiedoso da força absoluta das trevas.

De vez em quando outro caminhão voraz rasga o asfalto, em plena velocidade e se perde no manto de uma nebrina tênue e assustadora.

Um pequeno vilarejo à vista na beira da estrada, uma alegria repentina, entretanto, logo se perde em minutos no esquecimento da ilusão.

Vê-se inúmeras cruzes nas curvas dos penhascos. Coração acelerado, o medo e a atenção redobrada.

O som do rádio baixinho dentro da cabine do caminhão elevam os pensamentos e a saudade de alguém que ficou para traz.

O Sono fala mais alto, um barranco, o capotamento, a explosão. Alguém ouve em meio ao breu trágico o acidente fatal. Pedaços de fuselagem e carga espalhados ao léu. "Os anjos da estrada" logo são acionados e, mediante àquela viagem noturna, numa aventura errante de um caminhoneiro sonhador condiz com a sina desses “embaixadores das estradas”, trabalhadores sem valor.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 15/05/2024
Reeditado em 15/05/2024
Código do texto: T8063489
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