A mulher que casou com um Jumento.

Uma mulher chamada Maria tinha vivido uma infância muito humilhante, na qual seus pais faziam comparações entre ela e outras crianças, sempre exaltando as outras e humilhando a pobre Maria. Ela cresceu nesse ambiente onde todos estavam certos, menos ela. Nos primeiros dias de escola, ela se sentiu muito mal, apesar de tudo parecer normal. Ela ficou muito triste ao ver suas coleguinhas com roupas diferentes das suas, quando na verdade elas vestiam roupas no mesmo padrão que ela. A cada dia que passava, ela ficava mais incomodada com a professora, que, na visão dela, dava mais atenção às amigas do que a ela. Aos poucos, quase imperceptivelmente, ela foi ficando arrogante e se mostrando superior a todos que ela achasse que lhe ameaçavam de alguma forma.

No começo de sua adolescência, ela se tornou uma pessoa amarga, hostil e tinha o prazer de desconsiderar os outros publicamente. Essa atitude fazia com que ela mascarasse toda a sua insegurança e fragilidade existencial. Não pedia desculpas pelas ofensas que cometia, sempre achava que tinha razão e que a culpa era dos outros. Tinha uma enorme dificuldade em admitir falhas ou fraquezas. Em vez de buscar um sentido mais profundo e autêntico na vida, Maria ficava presa em uma busca incessante por validação externa e sucesso superficial.

Todos os seus namorados a abandonavam com menos de um mês de relacionamento, seus amigos eram rapazes e moças que eram dependentes emocionais, passivas, submissas e de fácil manipulação, hospedeiros de uma mente cheia de orgulho. Mas entre esses amigos de baixo astral, tinha um rapaz que era um admirador de Maria e ela o aceitou como namorado. Eles se entenderam, e a esse rapaz foi dado um apelido humilhante, ele era chamado de 'jumento'. Maria o defendia das hostilidades que ele recebia devido à sua baixa autoestima. Onde Maria estava, jumento estava ao seu lado, concordando com tudo que ela falava.

Depois que já estavam na faculdade, Maria e jumento resolveram se casar. Quando "jumento" criticava Maria de uma forma correta, porém submissa, Maria usava lágrimas, raiva, chantagem emocional ou vitimização para obter o que desejava do cônjuge. E sempre conseguia. "Jumento" sempre se voltava para Maria cheio de remorso e culpa, pedindo que ela o perdoasse. Maria isolava "jumento" de amigos e familiares a fim de ter mais controle sobre ele. Ela não permitia que ele procurasse ajuda externa. Ele era naquela casa apenas um "jumento castrado". Ela distorcia fatos só para ele duvidar de sua percepção da realidade.

Jumento foi definhando já não sabia quem realmente era, naquela casa mas quando Maria chegava Jumento era abastecido com elogios uma comida diferente e palavras que ele queria ouvir então ele ficava orgulhoso de sua esposa heroína; o que seria dele sem a essa dedicada companheira. Às vezes Jumento cheio de culpa estava ajoelhado aos pés de sua irrepreensível esposa lhe pedindo desculpa de alguma bobagem que tinha dito a ela. Nesse momento ela com voz estridente e autoritária falava, levante-se! ele de repente ficava de pé com o coração cheio de alegria porque, levante se era a senha para uma noite de pazer com ele. Essa é a história de uma mulher narcisista que casou com um jumento.

Alexandre Tito
Enviado por Alexandre Tito em 12/05/2024
Reeditado em 13/05/2024
Código do texto: T8061558
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