Não Falar de Política Não é uma Opção
No atual momento político do Brasil, em que, como diz Brecht, a cadela do fascismo parece estar sempre no cio, não falar de política é um passo em direção à alienação.
Falar de política não deve ser confundido com desrespeito ou intolerância, mas sim encarado como um exercício civilizatório.
No momento em que o ovo da serpente no bolsonarismo já chocou, com manifestações de opiniões racistas, misoginias e preconceituosas, não tomar partido pela democracia e pela boa convivência beira a falta de caráter.
E também não devemos ser tolerantes com os intolerantes, pois é isso que preserva uma sociedade tolerante; caso contrário, os intolerantes acabam com ela.
No atual cenário político do Brasil, o que se discute é a escolha entre um líder que está dentro do espectro democrático, como Luiz Inácio, e outro que está no espectro golpista, portanto, fora do alcance constitucional e das regras do jogo.
Prefiro um presidente que fale a respeito da construção de casas no "Minha Casa Minha Vida" do que alguém que faça necropolítica, sendo um arauto da morte e das armas. E sinceramente, sinto-me uma pessoa moralmente mais evoluída por preferir isso.
Tecnicamente, também não há comparação entre o governo Lula e o governo Bolsonaro.
As notícias mais recentes indicam que o emprego aumentou 40% em relação ao último ano, segundo o CAGED; a renda do trabalho só encontra paralelo com o Plano Real, com a inflação e o dólar caindo, e o PIB finalmente aumentando para além do previsto.
As barreiras para o atual governo não são simples, já que ele precisa aprovar suas reformas enfrentando uma câmara reacionária como nunca antes vista na história do país.
A última notícia envolvendo a famiGLIA Bolsonaro é que Eduardo "Bananinha" voltou a se reunir com a neta do ex-ministro de Hitler, Beatriz von Stoch. E engana-se quem pensa que ela não tem culpa de quem é, uma vez que o partido dela está sendo investigado por associações neonazistas, e o marido dela é um chileno alemão defensor do ditador Pinochet.
Por isso, minha politização no Recanto das Letras assume uma responsabilidade maior, que é defender nossa democracia diante da iminência do fascismo de Jair Bolsonaro.